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Ninguém tem o direito de não se sentir ofendido: censura ao Porta dos Fundos é um erro
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Desembargador da 6ª Câmara Civil do Rio de Janeiro, Benedicto Abicair determinou, nesta quarta-feira (8), que o programa Especial de Natal do Portal dos Fundos seja retirado da lista de exibição da empresa de streaming Netflix. Como relator do processo, Abicair afirma que a retirada não é uma determinação de censura ao Porta dos Fundos e ao Netflix à produção batizada de “A primeira tentação de Cristo”.

O pedido de retirada foi elaborado pela Associação Centro Dom Bosco de Fé e Cultura, e havia sido negado em primeira instância e, posteriormente, em segunda instância pelo desembargador de plantão. Agora, o relator do processo mudou o entendimento. “As liberdades de expressão, artística e de imprensa são primordiais e essenciais na democracia. Entretanto, não podem elas servir de desculpa ou respaldo para toda e qualquer manifestação, quando há dúvidas sobre se tratar de crítica, debate ou achincalhe”, relatou.

"Na decisão, o magistrado cita o ataque à sede da produtora como motivo para "acalmar os ânimos". "O Judiciário deve, sempre, ao meu sentir, decidir de forma a evitar desdobramentos violentos, principalmente quando se vislumbra ânimos exaltados. Decisões, por vezes mais adequadas para aquele momento não são, eventualmente, as mais benéficas para a sociedade, ou para parcela significativa desta", escreveu.

A jornalista Vera Magalhães tocou no ponto central dessa decisão:

Concordo! Ninguém tem o direito de não se sentir ofendido, e pior ainda é justificar crimes com base nisso, o que é temerário. Entende-se os cristãos ficarem revoltados com a baixaria dos humoristas, mas isso não lhes dá o direito de reagir com a censura.

Além de medida autoritária, que deve logo cair, é burrice: joga novamente holofotes para um assunto que já estava quase morto. Ou seja: revive a polêmica, o que só ajuda na divulgação do vídeo, como ocorreu com a censura do prefeito Crivella a um livro durante a Bienal do Rio.

Dito isso, essa postura de tolerância e liberdade de expressão precisa valer para todos os casos, ou seja, é necessário incluir também o Islã, aceitar piadas com as minorias, ironias com os ícones do politicamente correto, com as Gretas e cia. Tem que valer para todos!

E é aqui que a hipocrisia costuma chamar a atenção: os mesmos que aplaudem o humor ridicularizando a figura principal da religião majoritária do país, condenando qualquer ato de censura, vão imediatamente brigar na Justiça contra qualquer ataque irônico às "vacas sagradas" da religião secular do "progressismo".

Já tivemos até secretário de cultura defendendo isso abertamente: piada contra homens brancos cristãos tudo bem, mas contra "minorias" nem pensar! Essa postura, além de incoerente, é autoritária, e mostra que a turma não segue princípios isonômicos, e sim um duplo padrão que transforma estado laico em estado antirreligioso e favorável à seita ideológica do esquerdismo. Aí não dá para engolir...

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