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Setembro Verde

Santa Catarina lidera ranking nacional de doação de órgãos e tecidos

Nos primeiros sete meses deste ano, foram realizados 982 transplantes de órgãos e tecidos em Santa Catarina.
Nos primeiros sete meses deste ano, foram realizados 982 transplantes de órgãos e tecidos em Santa Catarina. (Foto: Léo Munhos/Governo de SC)

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Santa Catarina obteve a maior taxa de doação de órgãos e tecidos do país no primeiro semestre de 2025. Os dados, da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO), colocam os catarinenses na liderança do ranking, com um índice de 42,4 por milhão de população (pmp).

O desempenho foi superior ao do Paraná, que havia ficado em primeiro lugar em 2023 e 2024 e apareceu este ano na segunda posição, com 37,9 pmp, seguido por Rondônia, com 30,9. Já a média nacional ficou em 19,5 pmp. "A doação de órgãos salva vidas e, novamente, o povo catarinense demonstra sua solidariedade. É um trabalho de união entre a população, o estado e os profissionais de saúde, que muito nos orgulha", ressaltou o governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL).

De janeiro a julho de 2025, a Central Estadual de Transplantes, vinculada à Secretaria de Estado da Saúde, recebeu 450 notificações de potenciais doadores. Desses, 207 foram doadores efetivos, o que equivale a um índice de 52,3 pmp nos casos de morte encefálica.

Para o secretário da Saúde, Diogo Demarchi, o desempenho reforça a importância do "SC Transplantes", política de estado consolidada há mais de 20 anos e que integra 69 instituições hospitalares em um mesmo sistema de doação. "Temos investido na capacitação constante dos profissionais, além de proporcionar uma estrutura de atendimento e de transporte terrestre e aéreo que atende os catarinenses e outros estados de forma segura e ágil", destacou Demarchi.

Nos primeiros sete meses deste ano foram realizados 982 transplantes de órgãos e tecidos em Santa Catarina. Os principais foram de córneas (317), rim de doador falecido (174), esclera (7) e fígado de doador falecido (74).

Em todo o país, o Ministério da Saúde e as secretarias de saúde de estados e municípios promovem, neste mês, campanhas relacionadas ao Setembro Verde, nome dado para aumentar a conscientização sobre a importância de doar órgãos e tecidos. O dia 27 de setembro é o Dia Nacional da Doação de Órgãos, instituído pela Lei Federal nº 11.584/2007.

A mobilização em torno do tema é importante, sobretudo, para reduzir as filas de espera. Em 2024, 78 mil pessoas aguardavam por doação de órgãos, com maior demanda para rim (42.838), córnea (32.349) e fígado (2.387). Em Santa Catarina, pouco mais de 1,5 mil pacientes estavam nessa condição, sendo 962 para rim, 533 para córnea e 58 para fígado.

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"Um doador pode salvar a vida de oito pessoas"

As instituições hospitalares de Santa Catarina estarão mobilizadas no dia 24 de setembro para o "Dia D da Doação de Órgãos". Segundo a Secretaria de Estado da Saúde, serão promovidas ações que valorizam a informação e o treinamento das equipes multiprofissionais no processo de doação e transplante.

"Um doador pode salvar a vida de, pelo menos, oito pessoas que aguardam por transplantes de órgãos e tecidos. É muito importante que as pessoas saibam que a chance de precisar de um transplante é cinco vezes maior do que a de ser um doador, em situação de morte encefálica", pontuou o coordenador da "SC Transplantes", Joel de Andrade.

Para se tornar um doador, basta comunicar à família o desejo da doação. É a partir do consentimento familiar que se inicia o planejamento da logística, os procedimentos para a remoção dos órgãos, a seleção dos receptores mais compatíveis e, na sequência, a distribuição dos órgãos para serem transplantados. A logística de transporte é uma das etapas mais importantes, pois, quanto mais jovens os doadores, mais complexa é a estrutura, devido ao potencial de utilização dos órgãos.

Para isso, Santa Catarina tem à disposição aeronaves da Secretaria da Saúde e do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), da Polícia Militar, da Polícia Civil, do Corpo de Bombeiros, táxi aéreo e voos comerciais, de acordo com a disponibilidade e a circunstância.

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Governo promete modernizar Sistema Nacional de Transplantes

O Ministério da Saúde anunciou, para este mês, uma série de medidas para modernizar o Sistema Nacional de Transplantes (SNT). Entre elas, estão a oferta da Prova Cruzada Virtual para a rede pública de saúde de todo o país e a reorganização das regiões entre as quais os órgãos são alocados.

Além de avanços — como a oferta inédita de transplante de intestino delgado e multivisceral no SUS e o uso de membrana amniótica para tratar queimaduras —, a pasta anunciou o novo Programa de Qualidade em Doação para Transplante (Prodot), que vai capacitar os profissionais de saúde no acolhimento dos familiares. Essa medida poderá reduzir a negativa de autorização, aumentando o número de doações.

Em 2024, 55% das 4,9 mil famílias entrevistadas autorizaram a doação de órgãos de seus entes. Já o número de doadores efetivos passou de 4 mil.

"As medidas que estamos tomando com transplantes não só vão reduzir o tempo de espera por esse procedimento; vão melhorar a qualidade do hospital. Investir em transplantes, além de salvar vidas e qualificar tecnologia e serviços, gera uma melhoria em todo o atendimento especializado e ajuda a reduzir o tempo de espera nesse atendimento", disse na ocasião o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.

Mais de 85% dos transplantes no Brasil são financiados pelo SUS. Além de realizar procedimentos de alta complexidade, como transplantes de órgãos sólidos, tecidos, córneas, pele, medula óssea e outros, a rede pública de saúde fornece integralmente os medicamentos imunossupressores, necessários para pacientes transplantados.

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