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Afif detalha planos da administração paulista para resolver problema da cracolândia
Governo de Tarcísio de Freitas planeja ocupar área da cracolândia a partir de 2024, como forma de revitalizar o centro de SP.| Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

O secretário de projetos estratégicos do governo de São Paulo, Guilherme Afif Domingos, contou com exclusividade à Gazeta do Povo detalhes da mudança da sede do governo de São Paulo. A ideia é deixar o Palácio dos Bandeirantes, no Morumbi, zona sul da capital paulista, e levar toda a administração pública para a Praça Princesa Isabel no centro de São Paulo, na área da cracolândia.

Os estudos para a viabilização do projeto têm previsão de ficarem prontos no começo de novembro. Afif projeta que a medida sairá do papel no primeiro semestre de 2024. Até porque existe uma parceria entre o governador Tarcísio de Freitas e o prefeito Ricardo Nunes para dar andamento ao projeto - e há a incerteza sobre quem será prefeito da capital a partir de 2025.

Afif acredita que a mudança da administração pública para o centro de São Paulo ajudará a acabar com a cracolândia. “Quando vemos o número de moradores de rua e dependentes químicos tomando conta da região, isso choca e necessita de uma intervenção mais séria. Para isso, precisa de uma forte aliança com a prefeitura de SP, que também está com o mesmo foco. Muito se falou e se tentou sobre o centro, mas as coisas não acontecerem, só se deteriorou. Está insustentável”.

O secretário afirma que quem está cuidando dessa intermediação entre prefeitura e o estado é o vice-governador Felício Ramuth. “O Governo de SP passará a ocupar o bairro Campos Elíseos. Faremos uma intervenção urbana e humana. É um caso de polícia e de saúde pública que vai demandar esforços do estado e da prefeitura”, diz.

Sobre o projeto, Afif promete construir uma estrutura parecida com a Esplanada dos Ministérios em Brasília. Ele chama de “Esplanada dos Bandeirantes”.

“Vamos fazer a Esplanada dos Bandeirantes onde hoje é a Praça Princesa Isabel. Construir prédios para abrigar toda a administração pública que está espalhada em 64 bairros ocupando uma área de 830 mil metros quadrados com 25 mil funcionários. O que corresponde a 35 metros quadrados para cada funcionário. Isso é um absurdo, muito mal distribuído. Vamos reduzir para 300 mil metros quadrados (12 metros quadrados por funcionário)”, planeja Afif. A ideia é, também, aumentar a eficácia. "Quem quer despachar basta atravessar a rua, e não a cidade toda", pontua ele.

Sem citar valores ou revelar como serão os novos edifícios, Afif diz que todas as 24 secretarias do Governo de SP e respectivas autarquias ficarão num raio de poucos metros. “Para deixar claro, não será alterado, por exemplo, endereços de escolas, delegacias e hospitais. Mas as secretarias respectivas dessas áreas terão suas sedes na Praça Princesa Isabel”.

O futuro do Palácio dos Bandeirantes e a solução para a cracolândia

Questionado sobre o futuro do Palácio dos Bandeirantes, o secretário de Tarcísio disse que isso ainda não foi definido. “O que não sabemos o que fazer ou gera alguma dúvida, deixamos para o final. Pegamos aquilo que temos certeza no projeto e aceleramos a execução”.

O Palácio dos Bandeirantes conta com uma área de 125 mil metros quadrados, embora o prédio em si utilize apenas 4 mil metros quadrados do terreno.

Para Afif, a única solução possível para a cracolândia é um programa habitacional robusto bem no centro da cidade. Ele cita, inclusive, os 25 mil funcionários públicos, que passarão a trabalhar no centro e podem morar na região, trazendo assim mais vida para o bairro. “Essas 25 mil pessoas morando no centro farão com que o centro ganhe vida. Vamos investir em programas habitacionais no centro para essas pessoas. Programas para pessoas de baixa renda e de classe média”.

Para ele, a cidade precisa ser ativa 24 horas por dia. “A solução da cracolândia é moradia no centro, avalia Afif.

"Não adianta fazer prédios comerciais que às 18 horas fecham e viram cidade fantasma. Precisamos de uma cidade 24 horas que pulse, mesmo após o horário comercial. Bares e restaurantes precisam existir ali. Se não os zumbis tomam conta da região. Esses zumbis são pessoas como nós que, por muitos problemas, acabaram nessa situação e precisam de uma atenção especial”, compementa.

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