Atento à orientação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que pediu cautela aos seus ministros ao se envolverem nas disputas municipais, o vice-presidente Geraldo Alckmin afirmou nesta sexta-feira (19) que "não há motivo para briga", referindo-se a seu apoio à deputada federal Tabata Amaral (PSB) na disputa pela Prefeitura de São Paulo.
A disputa para a Prefeitura da capital paulista é um dos maiores exemplos de interesses conflitantes, já que vai reunir em palanques distintos os principais nomes do governo federal.
O presidente Lula e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, estarão ao lado de Guilherme Boulos (PSOL). A ministra do Planejamento Simone Tebet (MDB) apoiará a reeleição do prefeito Ricardo Nunes. Alckmin e Márcio França, ministro do Empreendedorismo, engrossarão fileiras junto a Tabata.
O alerta de Lula foi feito no fim de dezembro, em reunião ministerial. Lula está preocupado em dividir a Esplanada. O vice-presidente, por outro lado, minimizou as diferenças. "Política é ética. Não há politica sem ética e civilidade. Todo mundo quer o bem comum. Os caminhos são diferentes. Um por aqui, outro por lá. Não há razão para ter briga. É natural que os partidos, no primeiro turno, tendo candidatos, coloquem à disposição do eleitorado."
Alckmin se mostrou confiante nos diferenciais da candidata. "Será uma honra (apoiar Tabata). Ela é jovem, nós precisamos trazer os jovens para a vida política; mulher, nós precisamos de mais mulheres para melhorar, elevar a vida pública; preparadíssima: formada em Harvard, reeleita deputada federal, de família muito humilde, muito simples aqui da Zona Sul de São Paulo. Essas coisas não decidem, mas ajudam", declarou.
Questionado, o vice-presidente descartou semelhanças entre a chapa de Boulos e a ex-prefeita Marta Suplicy e a sua, quando concorreu com Lula em 2022. "Uma coisa é o pleito municipal, outra, o nacional. São histórias políticas diferentes."
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