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Reprovado por banca julgadora

Aluno cotista aprovado em medicina na USP se autodeclara pardo mas tem matrícula cancelada

USP revoga matrícula de aluno que se autodeclarou pardo.
Aprovação na USP foi comemorada com outdoor na cidade do estudante, no interior de São Paulo (Foto: Divulgação/USP)

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Aprovado pelo sistema de cotas, o estudante Alison dos Santos Rodrigues, 18 anos, teve sua matrícula cancelada no curso de medicina da Universidade de São Paulo (USP) após a banca julgadora não o considerar pardo. O cotista foi comunicado da decisão no primeiro dia de aula, na última segunda-feira (26).

“Tive o desprazer de saber da notícia que eu não fui aprovado, mesmo me identificando formalmente como pardo. E tudo aquilo que aconteceu me deixou sem chão, parece que o mundo acabou porque foi algo muito difícil de conquistar”, disso o jovem ao portal G1.

Rodrigues foi aprovado na primeira chamada pelo Provão Paulista, um programa do governo estadual. Ele se candidatou a uma vaga reservada para alunos de escolas públicas e autodeclarados negros, pardos e indígenas.

O estudante acionou a Defensoria Pública para recuperar a vaga no curso de graduação por meio de uma ação judicial. O jovem é do município de Cerqueira Cesar, interior do estado de São Paulo, onde a aprovação do aluno foi comemorada pelos professores da escola de Rodrigues com a instalação de um outdoor na entrada da cidade. O curso de medicina é o mais concorrido na USP, considerada uma das principais universidades do país.

Em nota, a USP reafirmou sua decisão e ressaltou que o processo da banca avaliadora é técnico. "Nenhuma banca sabe se a foto está sendo analisada pela primeira ou segunda vez, o que garante uma dupla análise cega das fotografias. Ao final do processo, se duas bancas não aprovarem a foto por maioria simples, o candidato é automaticamente chamado para uma oitiva presencial", explica a universidade.

"Em relação ao caso específico do estudante Alison dos Santos Rodrigues, a deliberação final se deu na última sexta-feira, dia 23 de fevereiro, e foi enviada no dia subsequente. Importante frisar que todos os candidatos que estavam com recursos sendo analisados sabiam que a matrícula estava condicionada ao resultado das bancas de heteroidentificação. O que o estudante tinha era uma pré-matrícula condicionada ao resultado do processo de heteroidentificação", justifica a USP.

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