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A Polícia Civil de São Paulo afirmou que foram identificados dois suspeitos de envolvimento no assassinato do ex-delegado-geral Ruy Ferraz Fontes. As prisões temporárias foram solicitadas à Justiça.
Na manhã desta quarta-feira (17), as forças de segurança paulista afirmam ter cumprido oito mandados de busca e apreensão, em endereços na capital do estado e região metropolitana. "Até o momento, os investigados não foram localizados. Nos locais, as equipes apreenderam objetos que serão periciados", informa a Secretaria da Segurança Pública.
Fontes foi vítima de homicídio na noite da última segunda-feira (15) em Praia Grande. Ele tentou fugir de uma perseguição de carro, quando colidiu com um ônibus em um cruzamento. Depois da colisão, criminosos atiraram várias vezes contra o ex-delegado.
O secretário da Segurança Pública do estado de São Paulo, Guilherme Derrite, confirma que um dos suspeitos pelo assassinato de Ruy Ferraz Fontes possui antecedente criminal por tráfico de drogas e roubo. "Todos viram o vídeo em que uma Hilux acompanha em uma espécie de perseguição o veículo do Dr. Ruy. Em determinado momento acontece um acidente, a colisão com o ônibus, e aquela brutal execução. O que não aparece nas imagens é que havia um segundo veículo, que foi identificado pelo sistema de monitoramento", afirma Derrite.
Veículos roubados foram usados no crime contra o ex-delegado Fontes
Os envolvidos usaram no assassinato do ex-delegado-geral da Polícia Civil dois veículos roubados em São Paulo, conforme divulgação da Secretaria da Segurança Pública. Após o crime, eles incendiaram um Toyota Hilux preto — fabricado em 2022 e emplacado em Indaiatuba — a cerca de dois quilômetros do ponto da execução, na Avenida Casemiro Domcev, bairro Nova Mirim.
Os suspeitos também abandonaram um Jeep Renegade cinza, fabricado em 2021 e com placa da capital paulista, no Jardim Quietude, também nas proximidades. Testemunhas relataram que os criminosos deixaram o Renegade com o contato ligado antes de fugir a pé.
A Polícia Civil periciou o segundo carro abandonado pelos criminosos. O material genético encontrado no veículo corroborou a identificação dos envolvidos. "Será feito um cruzamento com o banco de dados criminal do Estado de São Paulo e de outros órgãos para identificar os envolvidos no crime", afirma a Secretaria da Segurança Pública.
Segundo a pasta do governo estadual, "após exames periciais em um dos veículos usados pelos suspeitos e no local do crime, dois envolvidos foram identificados e tiveram suas prisões temporárias solicitadas à Justiça". O órgão acrescenta que houve reforço do policiamento ostensivo, com apoio de unidades especializadas e do setor de inteligência da Polícia Militar.
Derrite recusa apoio da PF para investigar assassinato de Ruy Fontes
Nesta terça-feira (16), o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, colocou a Polícia Federal (PF) à disposição para apoiar nas investigações. Derrite recusou. “Agradecemos o apoio da Polícia Federal, mas no momento todo o aparato do estado aqui é 100% capaz de dar a pronta resposta necessária”, declarou o secretário estadual, no velório de Ruy Fontes.
Derrite destacou a atuação do Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), e do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) da Polícia Civil de São Paulo, que trabalham no caso. Lewandowski classificou o crime contra o ex-delegado como brutal e citou a possibilidade de uso do banco de dados de balística e tecnologias de perícia como contribuição federal.
“A Polícia Federal se colocou à disposição. Se eles tiverem alguma informação e quiserem colaborar, obviamente vai ser bem aceito. Nosso objetivo é prender os criminosos. Todos nós estamos desprovidos de eventual vaidade, porque nós somos policiais e polícia é um órgão de Estado, não de governo. Eu confio 100% no trabalho da Polícia Civil do estado de São Paulo”, declarou Derrite.
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