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Saneamento básico

Alvo do PT em peça contra Tarcísio, Sabesp comemora redução na vazão de água

Enquanto PT ataca Sabesp em propaganda contra Tarcísio, empresa comemora volume de água poupado em redução de vazão.
Enquanto é comemorada por Tarcísio, a venda da Sabesp virou arma de ataque do PT. (Foto: Pablo Jacob/Governo de SP)

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A privatização da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) é apresentada pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) como uma das principais conquistas de sua gestão no estado. O leilão da companhia de saneamento paulista, realizado em 2024, acertou compromissos de investimento de R$ 69 bilhões até 2029 e R$ 260 bilhões até 2060.

Enquanto é comemorada por Tarcísio e a ala liberal, no entanto, a venda da Sabesp virou arma de ataque da oposição. Em propaganda veiculada na televisão desde a quarta-feira (10), o Partido dos Trabalhadores (PT) subiu o tom contra Tarcísio, voltando a enfatizar que ele “está do lado do Trump e dos bilionários” e fazendo críticas à privatização: “Na Sabesp, a conta aumentou e chega em dia. Já a água, nem sempre”.

A ofensiva do PT ocorre em meio à projeção nacional de Tarcísio, que se consolidou como o principal nome na ala da direita após a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado.

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No início da tarde da quinta-feira (11), dia seguinte à veiculação da propaganda petista, a Sabesp divulgou um balanço com os impactos considerados positivos das medidas de redução de vazão de água. Desde o dia 27 de agosto, a empresa passou a reduzir a pressão da rede em toda a Grande São Paulo, entre 21h e 5h.

A decisão foi autorizada pela Arsesp, agência reguladora do setor, para minimizar perdas durante o atual período de escassez hídrica. De acordo com a empresa, a redução de pressão noturna gerou, em duas semanas, economia de 5,3 bilhões de litros de água — volume suficiente para abastecer 600 mil pessoas por um mês.

“Esse volume que deixou de sair dos mananciais seria suficiente para abastecer mais de 600 mil pessoas por um mês inteiro — o equivalente à população somada de Carapicuíba e Cotia”, afirmou a companhia em nota oficial.

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Levantamento da Gazeta do Povo junto a síndicos e gerentes prediais de São Paulo mostra, no entanto, que a redução da vazão de água vinha sendo registrada antes da privatização da Sabesp. A queda na pressão, segundo eles, é um problema antigo, associado a períodos de estiagem e à gestão do sistema de mananciais.

Em um edifício na avenida Paulista, por exemplo, o zelador relatou que as interrupções no abastecimento “ocorrem há anos, geralmente a partir da meia-noite”. As dificuldades relatadas após a privatização passam por outras esferas, como o contato com a empresa. “Com a privatização, o que tivemos foi problema de comunicação, achar um contato para pedir manutenção”, afirmou.

A controvérsia em torno da Sabesp não se resume ao abastecimento de água, mas se consolidou como um dos principais pontos de atrito político no estado. Enquanto o governo Tarcísio exibe os números de investimentos futuros e a economia de recursos hídricos, a oposição tenta transformar as falhas no atendimento em prova de que a privatização trouxe prejuízos à população.

O desempenho da companhia nos próximos anos será decisivo para medir se a aposta do governo em privatizações terá de fato os resultados prometidos — e se esse tema continuará a ser uma bandeira eleitoral em São Paulo.

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