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Cidade da Bíblia

Brasil ganha primeiro complexo temático dedicado à Bíblia Sagrada

Cidade da Bíblia vai ocupar 121 mil m² às margens da rodovia Castello Branco, em Santana de Parnaíba.
Cidade da Bíblia terá 121 mil metros quadrados, com acesso pela rodovia Castello Branco, no estado de São Paulo. (Foto: Divulgação/SBB)

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Maior país cristão do Hemisfério Sul, o Brasil terá em breve o primeiro complexo dedicado à Bíblia, com atividades que vão além da religião e colocam o livro sagrado como uma das principais referências para formação cultural, social e educacional. A Cidade da Bíblia, projeto anunciado pela Sociedade Bíblica do Brasil (SBB), será construída em Santana de Parnaíba, na região metropolitana de São Paulo.

O empreendimento ocupará 121 mil metros quadrados, o que equivale a 12 campos de futebol, às margens da rodovia Castello Branco. O projeto promete ser um marco global na difusão da Bíblia e tem previsão de conclusão até 2030.

A Cidade da Bíblia em Santana de Parnaíba terá entrada gratuita para o público e terá abrangência em várias frentes, como impressão de alto volume de bíblias, comunicação digital, capacitação missionária e impacto social. Em 2024, a SBB produziu 8 milhões de bíblias e projeta aumentar a confecção do livro mais lido em escala industrial com a entrada em funcionamento do novo complexo, além de ampliar a acessibilidade com edições em braile e libras.

Polo gráfico, rádio, aplicativo e redes: Cidade da Bíblia vai reunir tradição e tecnologia em Santana do Parnaíba (SP).Polo gráfico, rádio, aplicativo e redes: Cidade da Bíblia vai reunir tradição e tecnologia em Santana do Parnaíba (SP). (Foto: Ilustração Cidade da Bíblia/Divulgação SBB)

“É um projeto inovador. Hoje, a SBB é um centro de produção de bíblias, tanto para o Brasil como para outras regiões do mundo. Vamos aumentar a produção porque as pessoas querem mais bíblias”, afirma o diretor-executivo da SBB, reverendo Erni Seibert.

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Sociedade Bíblica do Brasil soma mais de 7,2 bilhões de capítulos lidos por ano

Além da tipografia bíblica no moderno parque gráfico de impressão, o Centro de Produção de Bíblias usará tecnologia de ponta para reduzir custos e acelerar a distribuição em mais de 60 idiomas. O centro unificará rádios, aplicativos e mídias sociais da SBB, que somam 7,2 bilhões de capítulos bíblicos lidos por ano.

O megacomplexo contará com outros pilares para evangelização por meio da propagação da mensagem bíblica. O Centro de Recursos para Missão planeja materiais pedagógicos para crianças, adolescentes, adultos e famílias. A Central de Treinamento Missionário tem a meta de formar até 400 obreiros e voluntários, com foco bíblico, pastoral e social. Já o Centro de Programas de Impacto Social seguirá com o desenvolvimento de projetos para populações vulneráveis, que beneficia mais de 600 mil brasileiros por ano.

A palavra Bíblia, derivada do grego, significa "os livros" ou "a coleção de livros".

Segundo Seibert, o novo complexo será um acervo vivo da tradição judaico-cristã. “Os escritores [da Bíblia] começaram há 3 mil anos e terminaram os últimos livros há 1,9 mil anos. Ainda é o livro mais distribuído e mais lido em todo o mundo. Os autores escreveram o texto em contextos distintos, usaram diferentes vozes, direcionaram a mensagem a públicos diversos e influenciaram civilizações inteiras — vamos mostrar tudo isso para o conhecimento do público", afirma o diretor-executivo da SBB.

Segundo ele, a Cidade da Bíblia em Santana de Parnaíba, que também terá um centro de documentação e memória, tem o objetivo de reunir no mesmo complexo as áreas de produção, comunicação, treinamento e desenvolvimento social, de modo a responder com mais agilidade e profundidade às necessidades espirituais e sociais da sociedade.

A Bíblia é o livro mais lido no mundo. Seus escritores começaram a redigir há 3 mil anos e terminaram há 1,9 mil anos.A Bíblia é o livro mais lido no mundo. Seus escritores começaram a redigir há 3 mil anos e terminaram há 1,9 mil anos. (Foto: Ilustração Cidade da Bíblia/Divulgação SBB)

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Como surgiu a Bíblia que conhecemos

A Bíblia não surgiu pronta como o livro que conhecemos atualmente. A formação da obra sagrada percorreu séculos, com base em tradições orais, textos dispersos e decisões conciliares. Esse processo definiu o cânone – a estrutura padronizada adotada pelas igrejas. O Antigo Testamento surgiu em contextos distintos e foi escrito majoritariamente em hebraico, com partes em aramaico. 

O Novo Testamento começou a circular no primeiro século, narrando os fatos da vida de Jesus Cristo e das primeiras comunidades cristãs. Com o avanço do cristianismo, surgiram os Evangelhos e as Epístolas e a igreja católica definiu quais textos tinham autoridade doutrinária. Dois concílios definiram o cânone do Novo Testamento: Hipona (393) e Cartago (397). Esses encontros reconheceram oficialmente os 27 livros presentes no Novo Testamento.

A decisão garantiu unidade à fé cristã, mas com distinções: católicos e ortodoxos adotaram 73 livros, sendo que os protestantes mantiveram 66 - por causa de divergências sobre a inclusão de alguns livros no Antigo Testamento.

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Além da Cidade da Bíblia, SBB vai lançar Centro Cultural da Palavra de Deus

A SBB também anunciou que vai instalar o Centro Cultural da Bíblia ao lado de sua sede histórica, na Avenida Tiradentes, bairro do Bom Retiro, na região central da cidade de São Paulo. O espaço funcionará como extensão do Museu da Bíblia, localizado em Barueri (SP).

A instituição vem investindo na ideia de ampliar a presença cultural. Em 2024, a SBB comprou o terreno ao lado da sede. O novo centro cultural está em fase de planejamento. Deve integrar o roteiro museológico da capital e reforçar a presença da SBB no centro da cidade.

“Os planos ainda estão em fase inicial, mas a expectativa é de que o local se torne um dos principais pontos de referência cultural da cidade, integrando-se ao roteiro paulistano”, projeta Seibert.

O Museu da Bíblia de Barueri, inaugurado em 2003, continuará ativo e servirá de espelho para o novo espaço. “O museu se destacou por sua acessibilidade para cegos, surdos e cadeirantes, além de promover intenso movimento cultural por meio de simpósios, conferências e outras atividades socioculturais”, pontua Seibert.

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