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Em movimento da centro-direita no estado de SP, a deputada federal Rosana Valle (PL-SP) deve disputar a pçrefeitura de Santos
A deputada federal Rosana Valle (PL-SP), recém empossada presidente do PL Mulher de São Paulo, deve disputar a prefeitura de Santos| Foto: Divulgação PL

Os partidos de centro-direita estão atentos aos municípios do estado de São Paulo nos quais o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) obteve a maioria dos votos para eleger seus candidatos nas eleições municipais do ano que vem, principalmente cidades com mais de 200 mil habitantes. No segundo turno, Bolsonaro foi o mais votado em 547 das 645 cidades do estado, localizadas principalmente no interior. Já das 29 cidades com mais de 200 mil habitantes, ou seja, que permitem a realização de segundo turno, o ex-presidente venceu em 21.

Apesar do favoritismo, a única cidade de São Paulo com mais de 200 mil habitantes comandada hoje pelo PL é Suzano. A partir dela, o partido pretende ampliar sua capilaridade no estado. Em encontro realizado pela cúpula nacional do partido em Brasília na última quinta-feira (25), essa estratégia foi discutida com foco principalmente nas eleições presidenciais de 2026.

"As eleições municipais constituem um marco inicial importante da campanha que ocorrerá em 2026 às eleições presidenciais. A disputa começa com município, depois vai para o estado e depois para o âmbito federal. Os resultados são fundamentais para as eleições à presidência", diz o consultor político Gaudêncio Torquato, professor da Escola de Comunicação e Artes da USP.

A deputada federal por São Paulo e recém-empossada presidente do PL Mulher no estado, Rosana Valle, é cotada para disputar a prefeitura de Santos, seu reduto eleitoral, em 2024. A cidade no litoral paulista tem 352.595 eleitores e Bolsonaro obteve 56,2% dos votos válidos nas eleições do ano passado.

Com a maior fatia do fundo partidário, de R$ 205,8 milhões, o PL também pretende atrair aliados. Neste mês, o prefeito de São Bernardo do Campo, Orlando Morando (PSDB), esteve com o presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, e com o secretário de Relações Institucionais da sigla, Walter Braga Netto. Na ocasião, ele fez um post em suas redes sociais no qual afirma que ficou "feliz com a recepção calorosa proporcionada pelo PL, na qual discutimos temas nacionais, do Estado de São Paulo e, claro, de São Bernardo do Campo". Morando é um nome forte, tendo sido reeleito prefeito com 67% dos votos na cidade onde Lula cresceu como líder sindical.

Outros municípios que estão na mira do PL são Sorocaba, Ribeirão Preto e Franca, no interior do estado, com respectivamente 330,9 mil, 467,6 mil e 247,1 mil eleitores. Em todos eles, Bolsonaro venceu no segundo turno das eleições e teve o apoio declarado dos atuais prefeitos no segundo turno. Em Sorocaba, por exemplo, cujo prefeito é Rodrigo Manga (Republicanos), obteve 61,07% dos votos válidos.

Já em Ribeirão Preto, cujo prefeito é Duarte Nogueira (PSDB), Bolsonaro obteve 59,62% dos votos válidos no segundo turno. A cidade sedia a Agrishow, maior feira nacional do agronegócio, setor tradicionalmente apoiador do ex-presidente. Em Franca, por sua vez, cujo prefeito é Alexandre Ferreira (MDB), Bolsonaro, alcançou 63,88% dos votos válidos.

Esvaziamento do PSDB deve fortalecer centro-direita

Com a crise de identidade do PSDB e a derrota de Rodrigo Garcia à reeleição após mais de 20 anos do partido no governo do estado de São Paulo, diversos nomes estão saindo da sigla para se aliar à centro-direita, que se forma principalmente em torno do governador do estado, Tarcísio de Freitas (Republicanos), de seu guru político, Gilberto Kassab (PSD), e de partidos aliados como o PL.

Luiz Fernando Machado, por exemplo, filiado há 19 anos ao PSDB e atual prefeito de Jundiaí, município com 330,9 mil eleitores, está prestes a migrar para o PL. Popular, Machado foi reeleito no município no primeiro turno, com 69,64% dos votos, e fortalecerá o candidato do PL que apoiar para a próxima eleição municipal. Na sua avaliação, o eleitor mais conservador principalmente do interior do estado "não reconhece mais o partido" principalmente após a saída de Geraldo Alckmin (PSB) para se aliar a Lula. "O eleitor pode trocar de candidato, mas não troca de valores", disse em entrevista recente ao Valor Econômico.

José Auricchio Júnior, por sua vez, prefeito de São Caetano do Sul pela quarta vez, deve migrar do PSDB ao PSD. A cidade tem 146,7 mil eleitores. As deserções paulistas devem se somar às que já ocorreram desde o início do ano, como da senadora Mara Gabrilli que deixou o PSDB após 19 anos para se filiar ao PSD.

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