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Desestatização do Porto de Santos é uma das propostas para SP
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas| Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

Em entrevista à Jovem Pan realizada nesta segunda-feira (20), o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, afirmou que "o Porto de Santos virou o maior ponto de exportação de drogas do planeta" e que "se a gente não fizer nada, a gente perde para o crime, jovens vão perder suas vidas para o crime". A privatização do Porto de Santos é um dos seus principais projetos e têm sido reiterado em reuniões com o Governo Federal, responsável pela gestão do Porto.

Apesar de querer a privatização, o governador afirmou que está mais preocupado com as perspectivas da região. "Quando eu falo de Santos, eu não estou preocupado com a panaceia da privatização. Eu estou preocupado com 60 mil empregos, gerar perspectiva para uma região que está empobrecendo e, pior, está sendo tomada pelo crime organizado", disse.

O Porto de Santos é o maior porto da América Latina e foi listado em 2022 pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC, na sigla em inglês) como um dos principais pontos de distribuição de cocaína do mundo por vias marítimas, ao lado de outros três portos na Colômbia e no Equador.

Cracolândia

Ainda sobre o combate ao tráfico de drogas no estado de São Paulo, o governador afirmou que pretende pôr em prática uma série de medidas contra a Cracolândia e pela revitalização da região tomada pelo consumo de entorpecentes no centro da cidade de São Paulo. "A política de segurança pública é fundamental e vai envolver uso de tecnologia, cassar os registros de hotéis que servem só para venda de drogas, endurecer esse combate, instalar câmeras inteligentes para aumentar o monitoramento naquela região”, disse, citando ainda que precisa "ter pessoas especializadas para fazer a abordagem daquela pessoa que está na rua" e "de uma política de habitação", além de "dar treinamento, porque não adianta ele se tratar e não ter perspectiva."

Jair Bolsonaro

Tarcísio elogiou o aliado político Jair Bolsonaro e que o ex-presidente "deve boltar dos Estados Unidos com capital político gigantesco". "A paixão que as pessoas nutrem por ele é gigantesca. Isso não morreu. Se engana quem pensa que isso morreu. A grande liderança de direita no Brasil é Jair Bolsonaro", disse.

Governo Lula

Sobre o governo Lula, o governador de São Paulo disse que ele não tem "excelência técnica" e que o PT "está desestruturado" politicamente, sem apoio no Congresso apesar da distribuição de tantos ministérios para os partidos. "Fez uma grande distribuição de cargos, distribuiu um monte de ministério, tem 37 ministérios criados e você não tem maioria, não aprova uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição). Está confuso, está desestruturado. Eu vejo um cenário de dificuldade para aprovar reformas importantes, para mediar conflitos com o Congresso e entregar resultados que vão ser importantes", disse Tarcísio, citando ainda que "essa lua de mel tem dia e hora para acabar".

Em meio às críticas, o governador afirmou que é favorável a uma boa relação com o presidente Lula e seu governo para poder avançar em parcerias em diferentes áreas – a privatização do Porto de Santos, por exemplo, depende disso –, e elogiou a postura de Fernando Haddad à frente do Ministério da Fazenda. Desde que assumiu, Haddad procura estabelecer uma política fiscal que preserve o teto de gastos. "Há de se ver com o tempo até que ponto ele vai ter autonomia e caneta para fazer o que é correto, está tentando acertar, faço votos para que acerte mesmo", disse Tarcísio.

Supremo Tribunal Federal

Já em relação ao Supremo Tribunal Federal, o governador de São Paulo defendeu os ministros da Suprema Corte e afirmou que tem uma "relação muito boa" com eles. "Sempre que precisei recorrer ao Supremo fui bem atendido. Vejo razoabilidade dos ministros ao argumento."

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