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Kim Kataguiri é pré-candidato pelo MBL para as eleições 2024 em São Paulo
MBL tenta “furar a bolha” para desbancar favoritos na eleição para a prefeitura de São Paulo| Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil

O deputado federal Kim Kataguiri (União Brasil) é pré-candidato à prefeitura de São Paulo do Movimento Brasil Livre (MBL). Resta saber por qual partido. Kataguiri alimenta a esperança de se lançar pelo União Brasil, mas terá pela frente que superar o entrave com o presidente da Câmara dos Vereadores de São Paulo e presidente municipal do partido, Milton Leite, que tem a intenção de apoiar a reeleição do atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB).

Em entrevista exclusiva para Gazeta do Povo, Kim Kataguiri contou as estratégias para a candidatura na eleição municipal de 2024. “O presidente Milton Leite deixou claro que há espaço na convenção do partido, é com esse espaço que eu estou trabalhando. A bancada do partido em Brasília me apoia, incluindo o presidente Luciano Bivar, que entendeu a necessidade do partido em ter uma candidatura própria”, avaliou.

“Ninguém quer apoiar uma candidatura suicida. O prefeito é pouco conhecido e quem conhece tem alta rejeição, de acordo com as pesquisas internas dos partidos. E ninguém quer apoiar o Guilherme Boulos (PSOL)”.

Deputado federal Kim Kataguiri (União Brasil-SP)

Para alguns analistas políticos, os membros do MBL precisam dialogar com o público fora das redes sociais. Kataguiri acha que o movimento já conseguiu esse feito. “O Arthur do Val já teve a capacidade de furar a bolha. Todos os votos que ele teve não são só do MBL. Não temos uma militância desse tamanho. Pelo União Brasil terei o segundo ou terceiro maior tempo de televisão. Sem contar que o MBL está bem maior do que em 2020. Temos mais de 12 mil apoiadores”, afirmou o parlamentar.

Questionado se pode ser um representante da terceira via, o deputado refutou a ideia. “Sou um candidato de direita. Tenho capacidade de diálogo demonstrada no meu mandato de deputado federal. O Ricardo Nunes nunca foi de direita. Ele sempre foi um vereador de bairro. Ele nunca teve uma visão de mundo ideológica ou um plano de governo. O prefeito tenta se aproximar da direita para ter apoio, mas nunca defendeu convicções da direita em sua carreira”, disparou.

Kataguiri desconversou sobre possíveis nomes para compor a chapa. “Não penso em vice agora. No meu mandato haverá articulação política e indicações para o secretariado. O que vou fazer é verificar a ficha criminal do sujeito e se tem capacidade para exercer aquela determinada função”.

Lula x Bolsonaro na eleição municipal de São Paulo

Para o cientista político e professor da Fundação Getúlio Vargas Claudio Couto, o candidato do MBL não terá folego para chegar no segundo turno. “O Kim foi o único do MBL eleito nessa última eleição para deputado federal em São Paulo. Precisa ver se o União Brasil quer ele como candidato. O partido pode querer apoiar o atual prefeito, Ricardo Nunes, que é a tendência natural”.

Couto analisou o desempenho de Ricardo Nunes à frente da prefeitura. “O prefeito é sempre um forte candidato por ter a máquina na mão. Os resultados das últimas pesquisas foram até boas para Nunes, que faz uma má gestão, especialmente, na zeladoria e manutenção da cidade. Nunes ainda é um prefeito relativamente desconhecido, ele não foi o candidato na última eleição. Mas pode crescer ao decorrer da campanha”.

O cientista político também analisou o campo da esquerda na eleição. “O Guilherme Boulos tem uma vantagem por já ter participado do segundo turno. Ele terá um recall grande e o apoio do PT. Mas haverá resistência no diretório municipal do Partido dos Trabalhadores, por exemplo, a família Tato. O PSOL não é um partido fácil para se coligar, tanto é que ele nasce de uma briga com o próprio PT”.

Para o professor da FGV, a capital paulista possui um eleitor heterógeno. “O eleitorado da periferia tende a votar mais nos candidatos da esquerda. Já o centro tem uma preferência por candidatos de direita ou centro-direita. A região central é onde o Ricardo Nunes vai tentar herdar os votos do PSDB”.

Sobre o papel de Lula (PT) e Bolsonaro (PL) na eleição, o cientista político atesta que o peso do petista é maior. “Acredito que o Lula terá mais peso que Bolsonaro. O ex-presidente é uma liderança em declínio, especialmente agora que está inelegível. Lula é o atual presidente da República, isso faz muita diferença. Se a economia estiver boa em 2024, isso o torna um grande cabo eleitoral. E o Lula ganhou do Bolsonaro na capital paulista na última eleição”.

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