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Morreu na madrugada deste domingo (20) o ex-governador de São Paulo e ex-presidente da CBF José Maria Marin. Ele tinha 93 anos e estava internado no Hospital Sírio-Libanês, na capital paulista.
A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) publicou nota lamentando o falecimento do dirigente, assim como a Federação Paulista de Futebol, a qual ele presidiu de 1982 a 1988. A causa da morte não foi informada.
Marin teve seu maior período de popularidade entre 2012 e 2014, quando foi presidente da CBF. Ele estava no cargo quando a seleção brasileira perdeu de 7 a 1 para a Alemanha na Copa do Mundo disputada no país. Assim que deixou o posto, foi acusado pela Justiça dos Estados Unidos de estar envolvido em um esquema de corrupção que ficou conhecido como FIFAgate. Foi condenado, preso e excluído do futebol.
Após a investigação, Marin foi punido com 48 meses de prisão por integrar organização criminosa, cometer fraudes bancárias e lavar dinheiro. Sua detenção se deu na penitenciária de Allentown, na Pensilvânia. Por causa da pandemia de Covid 19 e pela sua idade, pode cumprir o resto da pena num apartamento em Nova York usando tornozeleira eletrônica.
Antes de se formar em Direito, Marin chegou a lutar boxe e jogar futebol profissionalmente pelo São Paulo Futebol Clube e outros clubes de menor expressão. Elegeu-se vereador pela capital paulista em 1963 e presidiu a Câmara Municipal em 1969. Teve ligação com o regime militar e se tornou um grande crítico dos programas da TV Cultura. Dois discursos feitos por Marin em plenário no ano de 1975 são vinculados à prisão do jornalista Vladimir Herzog, posteriormente assassinado pelo DOI-Codi.
Após atuar como vice-governador de São Paulo ao lado do titular Paulo Maluf, Marin chegou a governar o estado por dez meses. Na década de 1980, voltou-se para o mundo do futebol como cartola, indo da Federação Paulista para a CBF, até assumir o comitê da organização da Copa no país e posteriormente chegando ao cargo de vice-presidente da FIFA. Com os escândalos e condenações, não voltou a exercer nenhum outro cargo público.





