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A recente vitória do filme Ainda Estou Aqui no Oscar 2025 como melhor filme internacional e em meio à repercussão do título inédito, o deputado estadual Guilherme Cortez (Psol) apresentou na última semana um projeto de lei na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) propondo a renomeação da Rodovia Presidente Castello Branco (SP-280) para Rodovia Eunice Paiva.
A rodovia, inaugurada em 1968, tem 315 km de extensão e liga a capital paulista ao interior do estado, passando pelos municípios da Região Metropolitana. O projeto do parlamentar quer substituir a homenagem ao ex-presidente militar Humberto de Alencar Castello Branco por Eunice Paiva, ativista e esposa de Rubens Paiva, que desapareceu durante a ditadura militar e que é a personagem principal do filme, com interpretação da atriz Fernanda Torres.
Na justificativa da proposta, Cortez argumenta que Castello Branco foi “um dos principais articuladores do golpe militar de 1964, que instaurou um período de repressão no Brasil”. Em contrapartida, diz o deputado, que “Eunice Paiva se destacou por sua luta incansável em busca de verdade e justiça após o desaparecimento do marido, tornando-se símbolo da resistência democrática”.
Nascida em São Paulo, Eunice Paiva se formou em Direito e se tornou advogada após a prisão e desaparecimento do marido. Passou a atuar em defesa de causas indígenas e por justiça às vítimas da ditadura. Faleceu em 2018, aos 86 anos.
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Projeto pode enfrentar resistência na Alesp
Nas redes sociais, o deputado Cortez afirmou que "ditadores não merecem homenagens" e disse ser importante reconhecer figuras que contribuíram para a “democracia e os direitos humanos”. O projeto, porém, deve enfrentar resistência na Alesp, na qual precisará do apoio de pelo menos 47 deputados estaduais para ser aprovado em plenário.
Caso passe pelas comissões e seja aprovado, a decisão final caberá ao governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), que pode sancionar ou vetar a mudança. Se vetado, o projeto volta à Alesp, onde os deputados podem derrubar o veto com maioria de votos.
A iniciativa segue o exemplo de outras alterações similares, como a do Elevado Costa e Silva, conhecido como Minhocão, que teve seu nome alterado em 2016 para Elevado Presidente João Goulart. A renomeação foi sancionada pelo então prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT).
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