O secretário da Educação do estado de São Paulo, Renato Feder, aponta que o novo modelo do Ensino Médio - colocado em prática durante o primeiro ano de gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos) - foi aprovado por 80% dos professores e alunos, segundo uma pesquisa feita pela pasta.
No balanço do primeiro ano no cargo, Feder avaliou que a mudança no Ensino Médio era a mais urgente a ser feita. “A questão mais urgente que a gente encontrou foi o novo Ensino Médio, que foi desenhado numa amplitude muito grande em São Paulo, com 11 itinerários e 300 possíveis disciplinas. E a educação profissional muito pequena, só tinha 25 mil alunos. Diminuímos para dois itinerários com nove disciplinas focadas na vida profissional e vida futura do estudante", apontou ele, em entrevista à Gazeta do Povo.
"Essas nove disciplinas incluem oratória, liderança, empreendedorismo, educação financeira e mídias digitais, que são disciplinas que o aluno provavelmente vai usar na vida adulta. Quando o estudante vê que tem essa possibilidade, ele fica muito animado”, disse Feder.
Para o secretário, com menos disciplinas é possível treinar os professores para dar aulas focadas. "A gente vai apoiar para o aluno ter um conteúdo relevante e bem oferecido. Isso foi muito bem aceito entre os estudantes e os professores: oito a cada dez aprovaram o novo modelo”.
Na análise de Feder, era preciso corrigir “exageros” na educação paulista. “O novo Ensino Médio não pode ser implementado de maneira exagerada. É isso que acabou acontecendo em alguns estados, incluindo São Paulo. O novo Ensino Médio propõe que o estudante faça escolhas e decida caminhos, só que o que aconteceu em São Paulo foi um movimento exagerado. Por exemplo, um aluno do terceiro ano do Ensino Médio tinha duas aulas de matemática, e não tinha mais história e geografia. A gente foi corrigindo os exageros que aconteceram no estado e devolveu mais matemática, língua portuguesa, história, geografia, química e física, mas também conseguimos disciplinas inovadoras que o novo Ensino Médio permite”.
São Paulo busca melhorar nota do Ideb
Os esforços da Educação de São Paulo também estão focados na tentativa de melhorar a colocação no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). “Já nesse primeiro ano estamos esperando uma subida [no Ideb] para São Paulo, que nesse momento é o sexto colocado do Brasil. A gente busca a liderança, mas provavelmente não nessa primeira prova, porque em somente um ano de gestão é difícil”, respondeu Feder.
Antes de assumir a pasta no estado paulista, Feder foi secretário da Educação no Paraná, quando então o estado vizinho assumiu a liderança no principal indicador da educação brasileira.
Novo Ensino Médio diminuiu a evasão escolar em São Paulo, afirma Renato Feder
De acordo com informações da Secretaria da Educação, o novo modelo de Ensino Médio proposto pela gestão Tarcísio contribuiu para a queda de 5% na evasão escolar, o que resultou em mais de 150 mil alunos em salas de aula. “Víamos alunos evadindo principalmente no Ensino Médio e a gente mudou esse cenário radicalmente. Começamos a medir a frequência diariamente e fornecemos essa informação para a escola e o diretor da escola", afirmou Feder.
"O que é mais eficiente: a busca ativa ou aulas cativantes com muito conteúdo? Descobrimos que os dois são importantes. As escolas fizeram um esforço por aulas melhores e conseguimos subir a frequência escolar durante o ano: começou com 78% e acabou com 83%”.
Secretário da Educação do Estado de São Paulo, Renato Feder
O secretário reconhece que é preciso melhorar esse índice, mas comemorou a evolução. “Embora ainda seja baixa, esse aumento de 5% representa 150 mil alunos a mais em sala de aula todos os dias. A frequência escolar é muito importante, considero isso um sucesso”, disse Renato Feder.
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