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Ciclone extratropical

Nunes cobra intervenção do governo federal na Enel após apagão na Grande São Paulo

Ricardo Nunes (MDB), prefeito do município de São Paulo.
Ricardo Nunes (MDB), prefeito do município de São Paulo. (Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)

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O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), cobrou uma intervenção do governo federal na gestão da Enel, após as críticas à resposta da empresa italiana ao apagão na região metropolitana de São Paulo causado pelo ciclone extratropical que atingiu seu pico na quarta-feira (10).

"O que nós estamos fazendo é essa pressão por uma empresa que infelizmente não tem tido condições de atender as demandas da cidade. A gente sabe que cada vez que tiver um vento, uma chuva, nós vamos passar por isso. Então, a gente precisa deixar claro que essa empresa não tem como mais continuar em São Paulo", declarou, em entrevista à rádio CBN desta sexta-feira (12).

Nunes ainda rechaçou a informação de que a empresa teria colocado 1.600 equipes para a manutenção da rede elétrica:  "Pegamos os dados das placas dos veículos que a Enel diz que tem, colocamos no SmartSampa e essas placas não aparecem circulando em nenhum local da cidade de São Paulo", apontou, acrescentando que menos de 40 veículos da companhia estavam circulando pela cidade.

A Gazeta do Povo entrou em contato com a Enel, com o Ministério de Minas e Energia e com a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom). O espaço segue aberto para manifestação.

Além de Nunes, o governador do estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) também defendeu a intervenção. Ele enviou um ofício à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), relatando o caos na Grande São Paulo e criticando a lentidão do serviço. "Pode ter certeza que esse restabelecimento completo vai levar alguns dias. A gente vai ver isso acontecer de novo, e a gente está falando isso sempre", argumentou o governador.

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Ventania causou horas sem energia, prejuízos financeiros e até crimes

Cerca de 2,2 milhões de residências ficaram sem energia como resultado da ventania que chegou a 98 km/h. Na manhã seguinte, cerca de 1,4 milhão de casas ainda continuavam sem luz. Moradores da capital paulista relataram falta de energia por mais de 30 horas consecutivas.

A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) estima um prejuízo de R$ 1,54 bilhão ao setor. No setor aéreo, os aeroportos de Guarulhos e de Congonhas somaram 344 voos cancelados entre quarta-feira (10) e quinta-feira (11).

A situação ainda abriu espaço para a criminalidade: moradores denunciaram à Polícia Militar a cobrança, por parte de funcionários da companhia, de valores entre R$ 300 e R$ 2.000 para executar o serviço que deveria ser gratuito. As denúncias seguem em apuração.

A distribuição de energia elétrica no estado de São Paulo foi privatizada em 1998, durante o governo de Mário Covas. Até então, a gestão era da estatal Eletropaulo. Em 2018, a americana AES corporation vendeu a AES Eletropaulo para a italiana Enel, que cuida da eletricidade em grande parte do estado até o momento.

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