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A cidade de Olímpia (SP), no interior de São Paulo, tem pouco mais de 55 mil habitantes, mas recebe anualmente cerca de 4 milhões de turistas, atraídos principalmente pelos parques aquáticos de águas termais. Localizada a 450 quilômetros da capital, o município não tem um aeroporto e depende do terminal aéreo de São José do Rio Preto (SP), a 50 quilômetros, ou das rodovias para receber os visitantes. Um cenário que pode mudar com a construção de um aeroporto internacional bancado com recursos do governo federal.
O investimento inicial previsto para levantar o equipamento é de R$ 500 milhões, vinculados ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). O começo das obras está estimado para o primeiro semestre deste ano, com conclusão em 2026, quando o aeroporto deverá ter uma pista de 2,1 mil metros de extensão por 45 metros de largura — com possibilidade para ser ampliada até 2,5 mil metros —, um pátio para seis aeronaves e um terminal para atender 1 milhão de passageiros por ano.
A área onde o aeroporto será erguido tem 200 hectares e fica a 20 quilômetros do centro de Olímpia, com acesso pela rodovia Assis Chateaubriand, no caminho para São José do Rio Preto. A prefeitura investiu R$ 19 milhões para a aquisição do terreno, sendo que o negócio só ocorreu depois da regularização do local junto ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).
O projeto do aeroporto de Olímpia é antigo, mas somente em junho de 2021 começou a avançar durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Na ocasião, a União autorizou a outorga de concessão para a prefeitura local — o convênio foi assinado pelo secretário de Aviação Civil à época, Ronei Glanzmann, órgão então vinculado ao Ministério da Infraestrutura (MInfra), comandado por Tarcísio de Freitas (Republicanos), hoje governador de São Paulo. Apesar da outorga, não houve liberação de recursos para tocar o empreendimento.
Ex-governador, Márcio França assumiu o projeto do aeroporto no interior de SP
No início do governo Lula, em 2023, o então ministro de Portos e Aeroportos (MPor), Márcio França (PSB), voltou a tratar da construção do terminal no interior de São Paulo. Ex-governador paulista e candidato ao Senado em 2022, inclusive com visita a Olímpia e encontro com o ex-prefeito Fernando Cunha (PSD) durante a campanha, França colocou a Infraero no negócio, facilitando a visita de técnicos para avaliar e desenvolver o projeto do aeroporto.
Assim, o governo federal acabou assumindo o comando do projeto. O secretário estadual de Turismo, Roberto de Lucena, chegou a se reunir com França em Brasília para tratar do aeroporto e saiu do encontro dizendo que foi “uma ótima conversa” e que “os investimentos em um aeroporto na região de Olímpia atenderão um importante distrito turístico de nosso estado.”
França, que cogita concorrer ao governo de São Paulo em 2026, deixou o MPor em setembro de 2023 para assumir a pasta de Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte no governo Lula, mas deixou ao sucessor, Silvio Costa Filho, a missão de prosseguir com o empreendimento no aeroporto no interior de SP.
O projeto do aeroporto foi atualizado pela Infraero, que apresentou em março do ano passado mais detalhamentos sobre o terminal de passageiros. Até então, a estatal estava envolvida apenas no desenvolvimento dos estudos. Isso mudou em outubro, com o repasse da outorga para a empresa, que ficará responsável pela implantação, administração, operação e exploração do equipamento.
No início de abril, a prefeitura da cidade confirmou que o aeroporto recebeu CNPJ, como filial da Infraero, e CEP dos Correios, avançando na parte burocrática. Mesmo assim, o prefeito Geninho Zuliani (União Brasil) afirmou estar atento aos próximos passos por parte do governo federal. “A gente precisa monitorar para não deixar o assunto esfriar. Em breve, teremos nosso aeroporto em pleno funcionamento”, declarou.
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