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O leilão do túnel imerso Santos-Guarujá foi adiado para 5 de setembro na Bolsa de Valores de São Paulo, a B3 — a data anterior do certame era 1º de agosto. De acordo com o governo de São Paulo e o Ministério de Portos e Aeroportos (MPor), o adiamento ocorreu devido às contribuições feitas pelas empresas europeias durante visitas do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e do ministro Silvio Costa Filho à Holanda, Noruega e Dinamarca, no último mês de abril.
Segundo nota do governo paulista, “foram identificadas oportunidades valiosas de aprimoramento no modelo de concessão, na estrutura financeira e nas premissas técnicas do edital”. A partir de agora, o edital deverá passar por alterações levando em consideração as sugestões recebidas pela comitiva brasileira. As mudanças previstas no edital não foram detalhadas pelo governo paulista, responsável pelo processo.
Na viagem para a Europa, Tarcísio apresentou o projeto do túnel Santos-Guarujá para as empresas TEC Tunnel, Immonte, DFDS e Maersk. Na Dinamarca, ele ainda visitou a Femern A/S, empresa estatal que está construindo o maior túnel imerso do mundo — o Fehmarnbelt terá 17,6 quilômetros entre a cidade dinamarquesa de Rødby e Fehmarn, na Alemanha, com previsão de entrega em 2029.
O projeto para construção e concessão do túnel imerso Santos-Guarujá é uma parceria público-privada (PPP) com investimento de R$ 5,96 bilhões, sendo R$ 4,96 de recursos públicos, divididos igualmente entre o governo de São Paulo e o governo federal — o restante será bancado pela iniciativa privada. Com eventuais mudanças no edital, o valor final poderá ser alterado.
O túnel será o primeiro imerso do Brasil e por isso a contribuição de empresas estrangeiras têm sido levadas em consideração. “A gente está aqui para pegar as melhores práticas e levar para o túnel Santos-Guarujá, um sonho, um desejo de mais de 100 anos que começa a tomar forma”, declarou Tarcísio durante a viagem pela Europa.
Túnel Santos-Guarujá poderá abrigar VLT
O método de construção do túnel imerso Santos-Guarujá é novidade no país. A obra exigirá a dragagem do fundo do canal do porto de Santos para abrir uma trincheira e assentar os módulos de concreto — estima-se que o volume total de dragagem será de 2,8 milhões de metros cúbicos. Essas peças serão construídas em uma doca seca que ficará próxima ao local onde será feito o túnel.
Os seis módulos pré-moldados de concreto armado terão 145 metros, com largura interna total de 33,16 metros. Quando ficarem prontas, as peças passarão por testes de vedação e impermeabilidade. Na sequência serão inundadas e rebocadas por flutuação até o local onde serão imersas lentamente até assentarem no fundo do canal. Isso será feito com os seis módulos, que se conectam debaixo da água. Por fim, uma camada de pedras será colocada sobre o túnel para protegê-lo de impactos de embarcações ou enganchamento de âncoras soltas.
A estrutura do túnel terá 1,5 quilômetros de extensão, sendo 870 metros imersos. A altura total será de aproximadamente 7,26 metros, com uma altura livre de 5,5 metros. O topo da estrutura pré-moldada do túnel Santos-Guarujá ficará a 21 metros de profundidade do canal marítimo, permitindo a navegação de grandes embarcações no porto de Santos sem nenhuma restrição.
A estrutura será dividida em três partes: duas laterais e uma central. Nas laterais serão três faixas de 3,5 metros de largura para o tráfego de veículos, sendo que uma das faixas poderá ser utilizada para a passagem do prometido veículo leve sobre trilhos (VLT).
A célula central, com 5 metros de largura, será usada para o fluxo de pedestres e ciclistas. Sobre essa passagem passarão cabos, incluindo os da Usina de Itatinga, e dutos de insuflação. A galeria de pedestres e ciclistas também poderá ser usada como rota de fuga em casos de emergência na parte viária do túnel. Serão instaladas portas conectando as células a cada 150 metros.
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