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Shot Fair Brasil

Em meio a pressão de Lula, São Paulo recebe a maior feira de tiro da América Latina

A Shot Fair Brasil é considerado o maior evento de tiro esportivo da América Latina
Shot Fair é considerado o maior evento de tiro esportivo da América Latina. (Foto: Joédson Alves/Agência Brasil)

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no começo do atual mandato, cravou que “quem anda armado é um covarde, tem medo”. Desde então, lançou um decreto para restringir o acesso a armas de fogo e alterou regras de fiscalização aos colecionadores de armas, atiradores esportivos e caçadores registrados (CACs), que agora passará a ser feita pela Polícia Federal.

Mesmo assim, o setor do tiro esportivo não arrefeceu. Prova disso é a Shot Fair Brasil 2025, considerada a maior feira de armas da América Latina, que ocorre em São Paulo nesta semana. Nesta quinta edição, o evento reúne especialistas da área de tiro, aventura e segurança, trazendo ideias e produtos modernos para atiradores, caçadores e colecionadores.

Realizado no Distrito Anhembi, em um espaço de 12 mil metros quadrados (maior que um campo de futebol), o evento reúne 180 marcas expositoras e dedica um dia exclusivamente aos lojistas. Durante a primeira edição do evento, em 2021, foram cerca de 15 mil visitantes, mesmo com os resquícios da pandemia de Covid-19. Para a edição deste ano, a expectativa é que esse número chegue a 38 mil.

Segundo o diretor-executivo da feira, Mauro Braga, o momento de realização encaixa com o crescimento do setor. “Trata-se de um segmento que investe em tecnologia e soluções para que os amantes do tiro esportivo e da vida esportiva ao ar livre tenham mais condições de vivenciar essas atividades plenamente”, afirma ele à Gazeta do Povo.

“As expectativas, em termos de negócios, é que sejam fechados 55% a mais que na edição anterior”, crava. Em 2024, a Shot Fair movimentou R$ 90 milhões em negócios.

O deputado federal Paulo Bilynskyj (PL) confirmou presença na feira. “São três anos de governo Lula e três anos em que atiradores estão sendo atacados e tendo seus direitos tolhidos pela esquerda. Temos lutado na Câmara para reduzir danos e garantir o direito do cidadão à autodefesa”, defende.

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Debates, esporte e tecnologia na Shot Fair Brasil

Além da economia, outra frente em que Braga aposta é a de realização de debates. O evento recebe palestrantes internacionais e nacionais, como Stephen Halbrook. O americano é um advogado conhecido por defender o direito à posse de armas. Será sua primeira vez no Brasil, e a palestra dele tem como foco a Segunda Emenda da Constituição dos EUA, que defende o direito universal das pessoas a se defenderem e combaterem a tirania.

“Lições amargas da história, como a opressão e o genocídio executados pela Alemanha nazista, ensinam que os cidadãos devem estar atentos para proteger seus direitos”, defende ele. Outro nome de peso é o atleta Felipe Wu, medalhista olímpico brasileiro. Iniciado no tiro esportivo aos 9 anos, conquistou prata nos Jogos Olímpicos do Rio em 2016 - marco histórico, dado que o Brasil não conquistava uma medalha na categoria desde 1920.

Hoje, aos 33 anos, Wu é o embaixador do evento. “O tiro esportivo é um esporte de alto rendimento, como qualquer outra modalidade. Nos Jogos Olímpicos, é uma das modalidades que mais distribui medalhas, justamente por ser individual. Partindo desse princípio, trata-se de uma modalidade estratégica para muitos países", explica em entrevista para a Gazeta do Povo.

Felipe Wu recebendo o Prêmio Brasil Olímpico de melhor atleta do tiroFelipe Wu recebe o Prêmio Brasil Olímpico de melhor atleta do tiro (Foto: Alexandre Loureiro/COB)

"Quando você viaja para Estados Unidos, países asiáticos ou Índia, percebe que as crianças começam no esporte muito cedo, por volta dos oito anos de idade. Essa é a única forma de se manter competitivo. Aqui no Brasil, infelizmente, ainda estamos na contramão do resto do mundo. O tiro esportivo desenvolve diversas habilidades, principalmente concentração, equilíbrio e coordenação motora fina", defende Wu.

Há também espaço para palestras mais técnicas como "Visão termal: entendendo a termografia aplicada ao segmento outdoor". O papo na Shot Fair Brasil será conduzido por Danilo Bonato, gerente regional da FLIR Systems, empresa americana especializada em câmeras e sensores que captam o calor.

Em seu site, a companhia explica a importância dessa tecnologia para a segurança de patrimônios imóveis. “Câmera termais unidas com sistemas analíticos ajudam a criar uma barreira virtual para todos os perímetros”, define. Com o emprego dessa tecnologia, os dispositivos de segurança são capazes de mostrar invasores em momentos de baixa visibilidade, como à noite ou durante tempestades.

Para Bilynskyj, toda essa movimentação marca a força do setor. Segundo dados do Exército Brasileiro, o número de colecionadores, atiradores esportivos e caçadores registrados no Brasil chega a 980 mil. E o número de armas registradas gira em torno de 1,5 milhão. “Tenho certeza de que, na próxima eleição, com o retorno da direita ao poder, iremos colher o fruto da resiliência que estamos tendo”, conjectura o deputado.

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