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Após sete mandatos como vereador e seis anos presidindo a Câmara dos Vereadores de São Paulo, Milton Leite (União Brasil) não disputou a reeleição neste ano. Com o mandato prestes a se encerrar, o vereador articula a sucessão para manter a presidência do maior Legislativo do país nas mãos do União Brasil.
Para as eleições municipais, o partido firmou acordo com o prefeito reeleito - então candidato - Ricardo Nunes (MDB). Em troca do apoio à candidatura do prefeito, Nunes deveria assegurar que a presidência da Câmara continuasse com o União, mesmo a sigla não tendo a maior bancada da Casa.
Nas eleições de outubro, o União Brasil elegeu sete vereadores, um a mais do que na legislatura anterior, empatando com MDB e PL, e com menos representantes na Casa que o PT, que tem a maior bancada, com oito vereadores. Os vereadores eleitos pelo União Brasil foram:
- Rubinho Nunes (101.549 votos)
- Sandra Alves (74.192 votos)
- Silvião Leite (63.988 votos)
- Silvinho Pereira (53.453 votos)
- Amanda Vettorazzo (40.144 votos)
- Ricardo Teixeira (31.566 votos)
- Adrilles Jorge (25.038 votos)
MDB mira presidência em meio à disputa interna do União Brasil
Apesar de contar com apenas dois vereadores reeleitos, o União mantém o discurso que seguirá comandando a maior Câmara de Vereadores do Brasil. O MDB, partido de Nunes, vê uma chance de retomar a presidência da Casa. Isso porque Rubinho Nunes, o vereador mais votado do União Brasil, rompeu com Nunes ao apoiar Pablo Marçal (PRTB) nas eleições à prefeitura, movimento que inviabilizou a candidatura dele à presidência do Legislativo municipal.
O outro vereador experiente do União, Ricardo Teixeira, é cotado para assumir a Secretaria de Transportes na gestão de Nunes - ele foi responsável pelo projeto "Faixa azul", que mirou em reduzir mortes de motociclistas no trânsito. Caso isso se confirme, as opções do partido para a disputa pela presidência da Câmara se reduzem. Sem Nunes e Teixeira na corrida, a disputa no União Brasil recai sobre cinco vereadores de primeiro mandato: Sandra Alves, Silvião Leite, Silvinho Pereira, Amanda Vettorazzo e Adrilles Jorge.
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Amanda Vettorazzo, vereadora eleita pelo União Brasil com mais de 40 mil votos, é uma das candidatas à presidência da Câmara dos Vereadores de São Paulo. Ligada ao Movimento Brasil Livre (MBL), ela recebeu apoio dos deputados Guto Zacarias e Kim Kataguiri, integrantes do partido.
“Desde a campanha, sabemos desse compromisso (acordo entre Nunes e Leite para manter a presidência com o União). Milton está saindo, mas seu legado é muito forte. Brinco que os funcionários da Casa estão de luto, como se fosse um velório, porque ele fez uma gestão boa”.
A vereadora reconhece que Rubinho Nunes era um forte candidato, mas a ruptura do parlamentar com Nunes durante a campanha comprometeu as chances. “Rubinho teria condições, mas preferiu apoiar Marçal, o que complicou sua posição. Vamos nos reunir na próxima semana para definir”, afirmou Vettorazzo.
Apesar da primeira legislatura, Vettorazzo não descarta a possibilidade de assumir a presidência. “Nunca houve um presidente de primeiro mandato na Casa, mas não há impedimento legal. Até brinquei com Milton que falta uma mulher na galeria dos presidentes.”
Sobre o interesse do MDB, a vereadora avalia como natural. “Eles enxergaram uma brecha. É compreensível que vejam isso como uma oportunidade.” Segundo apuração da Gazeta do Povo, Ricardo Nunes não planeja romper o acordo com o União Brasil para não correr o risco de perder, na base aliada, a segunda maior bancada na Casa.
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