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O governador Tarcísio de Freitas junto ao seu atual secretariado
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, junto ao seu secretariado em evento de apresentação de resultados do primeiro ano de gestão| Foto: Francisco Cepeda/Governo do Estado de SP

Com a proximidade das eleições municipais, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), está se preparando para a mais significativa reformulação de secretariado desde que assumiu o governo. De acordo com fontes ouvidas pela reportagem da Gazeta do Povo, ao menos três secretários do governo paulista deixarão seus cargos para buscar novos desafios nas urnas. Além disso, uma chefia de gabinete estaria sendo criada para o coronel André Porto Rodrigues, que coordenou as ações do governo no desastre de São Sebastião, em 2023.

Entre os nomes que vão deixar o cargo está Sonaira Fernandes (Republicanos), secretária de Políticas para a Mulher, que pretende buscar um novo mandato como vereadora na Câmara de São Paulo.

De acordo com pessoas próximas a Sonaira, a saída também estaria motivada por um desejo de agir com mais efetividade em pautas ideológicas, uma vez que Tarcísio prefere se manter afastado de assuntos conhecidos como "de costumes", que geram impopularidade.

Desde o início do governo Tarcísio, a Secretaria da Mulher foca o trabalho basicamente em empreendedorismo feminino e violência contra a mulher, deixando de lado temas que marcaram a atuação de Sonaira como vereadora, como direito à vida, proibição de banheiros unissex e orientação sexual nas escolas. No Legislativo, Sonaira teria mais liberdade de atuação. Há, ainda, a possibilidade de Sonaira compor, como vice, a chapa de Ricardo Nunes (MDB) na tentativa à reeleição.

Além de Sonaira, Gilberto Nascimento Jr. (PSC) pretende deixar o cargo de secretário de Desenvolvimento Social para voltar à Câmara de São Paulo. Como exige a legislação eleitoral, candidatos a vereador devem deixar seus cargos seis meses antes do pleito.

candidatos à prefeitura devem sair com quatro meses de antecedência, como é o caso da coronel Helena Reis (Republicanos), atual secretária de Esportes, que visa se candidatar à prefeitura de São José do Rio Preto. Helena foi candidata à prefeita do município em 2020 e à deputada estadual de São Paulo em 2022, em ambas as ocasiões pelo mesmo partido de Tarcísio.

O apoio de Tarcísio à candidatura de Helena é incerto, uma vez que há outros aliados dele elencados como pré-candidatos ao Executivo de São José do Rio Preto. O coronel aposentado da PM Fábio Candido, por exemplo, foi convidado pelo próprio ex-presidente Jair Bolsonaro, presidente de honra do PL, e por Valdemar Costa Neto, presidente da sigla, para se filiar ao partido e lançar um chapa única na disputa.

Vaga para aliado visto como perseguido pelo governo Lula

A movimentação política nas pastas de Tarcísio também envolve uma troca no Turismo. A ideia é nomear um deputado estadual do Republicanos para substituir o atual secretário de Turismo, Roberto de Lucena (Republicanos), abrindo assim caminho para o policial federal Danilo Campetti (Republicanos) assumir uma vaga na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp).

Incluir Campetti no governo é prioridade, uma vez que ele é considerado alvo de perseguição do governo Lula e seus aliados.

O policial federal que ficou conhecido por participar da condução coercitiva de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante a Operação Lava Jato. Ele foi afastado pela Polícia Federal (PF) do seu cargo de assessor do governo Tarcísio sob o argumento de baixo efetivo na organização.

No ano passado, no entanto, Campetti foi novamente afastado, dessa vez da PF, devido a uma sindicância que investiga o envolvimento dele no tiroteio em Paraisópolis. O episódio ocorreu em 2022 e Campetti participava da campanha de Tarcísio quando houve o tiroteio e um homem morreu.

Trocas já feitas pelo governo Tarcísio

Tarcísio, até o momento, fez apenas uma troca no primeiro escalão, substituindo o secretário de Agricultura, Antônio Junqueira, por Guilherme Piai em outubro. Nos bastidores, a motivação da mudança é vista como um desejo de Tarcísio por melhores resultados na pasta, principalmente no que se refere à entrega de títulos de terras e ao combate a invasões por movimentos como o Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST) e a Frente Nacional de Luta (FNL).

O governador estaria, ainda, insatisfeito com interferências na pasta, como a entrega por Marcos Renato Böttcher, ex-secretário-executivo, de um relatório com denúncias de irregularidades na construção de estradas ao Tribunal de Contas do Estado. Esse relatório, por sua vez, reflete no deputado estadual Itamar Borges (MDB), da base aliada de Tarcísio, e no empresário e ex-secretário da Agricultura Francisco Matturro. Ambos estiveram à frente da secretaria durante os governos de João Doria e Rodrigo Garcia (PSDB).

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