
Entre as mortes causadas pela influenza A (H1N1), a chamada gripe suína, e os casos graves da doença, 40% acometeram pessoas jovens e saudáveis. Segundo o especialista da Organização Mundial de Saúde (OMS), Sin-Lun Tam, a taxa de mortalidade da gripe suína também foi maior nas idades de 25 a 49 anos. Tam apontou que 15% a 30% dos contaminados pelo vírus que deram entrada em hospitais precisaram de cuidados intensivos. De acordo com ele, a origem da nova gripe segue desconhecida.
"Ainda não sabemos com exatidão de onde veio este vírus. Até agora, ele praticamente não sofreu mutação. Isso é uma sorte. As cepas são muito homogêneas. As complicações pulmonares são registradas com mais frequência do que na gripe comum sazonal", afirmou ontem o especialista, durante o 19.º Congresso Anual da Sociedade Respiratória Europeia, a maior conferência mundial de medicina pulmonar.
O perfil das vítimas no Paraná segue a tendência mundial. O estado confirmou ontem seis novas mortes pela doença e totaliza 226 óbitos, ocorridos entre os dias 14 de julho e 10 de setembro. A maioria das vítimas (62,4%) tinha entre 20 e 49 anos. A última análise epidemiológica da Secretaria de Estado da Saúde trouxe ainda que 48,8% das pessoas que morreram eram saudáveis, ou seja, não tinham fator de risco. Entre as que tinham comorbidades, as mais comuns foram as doenças metabólicas crônicas (obesidade, hipertensão, aumento do colesterol e diabetes).
As regiões do estado com maior número de óbitos pela nova gripe são Curitiba (77 mortes), Cascavel (20), Foz do Iguaçu (18), Maringá (15), Toledo (11) e Londrina (11). Por problemas técnicos no banco de dados do Ministério da Saúde, o número de casos confirmados permaneceu o mesmo do boletim anterior (8.236 confirmações).
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Um novo estudo internacional mostra que um número considerável de portadores da doença é capaz de disseminar o vírus durante uma semana ou mais, depois da manifestação dos primeiros sintomas. O período é superior ao que os especialistas acreditavam inicialmente.
A pesquisa, comentada ontem durante uma conferência sobre microbiologia na Califórnia (Estados Unidos), indica que o contato com pacientes da gripe suína deve ser evitado por mais tempo. Até o momento, a tosse tem sido o sintoma mais preciso com relação ao tempo durante o qual um enfermo é capaz de espalhar o vírus, diz a pesquisa.
Ao menos 3.205 pessoas já morreram em todo o mundo pela nova gripe desde os primeiros casos em abril, informou a OMS na última sexta-feira. De acordo com o último boletim do Ministério da Saúde, o Brasil é o país que tem mais mortes pela doença, com 657 óbitos. Proporcional à população, a taxa de mortalidade brasileira é a sexta maior do mundo. O ministério afirmou no dia 2 de setembro, porém, que a transmissão do novo vírus está diminuindo no país.



