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Risco

Artrite reumatoide pode levar à incapacidade

Doença é responsável por danos não só físicos, mas também emocionais. Medicamentos biológicos são os mais indicados para o tratamento

Sirlei Prestes, 60 anos, não sente mais dores desde que começou a ser tratada com os biológicos | Marcelo Elias/Gazeta do Povo
Sirlei Prestes, 60 anos, não sente mais dores desde que começou a ser tratada com os biológicos (Foto: Marcelo Elias/Gazeta do Povo)

Crônica, progressiva e causadora de danos irreparáveis, a artrite reumatoide acomete cerca de 1% da população mundial e 1,5 milhão de brasileiros.

A doença autoimune e de origem desconhecida pode atacar coração, pulmões, olhos e pele, mas o mais comum é provocar a inflamação das articulações – principalmente de mãos, pés, punhos, tornozelos e joelhos –, e a consequente destruição de ossos, cartilagens, tendões e ligamentos.

A fadiga e a dor causadas pelas inflamações são os sintomas iniciais de um problema que pode resultar na deformidade das articulações e na incapacidade de realizar movimentos simples como escovar o cabelo ou amarrar os sapatos, se não detectado há tempo. "A artrite reumatoide é a segunda maior causa de afastamento temporário do trabalho e quando não é tratada corretamente, leva à incapacidade em mais de 50% dos casos", alerta a reumatologista Ieda Laurindo, presidente da Sociedade Brasileira de Reumatologia.

O que mais causa sofrimento aos pacientes, entretanto, não é o desconforto físico, mas os prejuízos emocionais. De acordo com uma pesquisa recente realizada pelo Instituto Opinion Health em seis países, 42% pacientes se sentem sozinhos na luta contra a doença e mais de um terço acham que a família não entende como a doença afeta a sua vida. Muitos se sentem discriminados e deprimidos.

Embora a artrite reumatoide acometa todas as idades e ambos os sexos, a doença é mais prevalente em mulheres entre os 40 e 60 anos de idade. "Estima-se que no Brasil, a cada homem, três mulheres são acometidas pela doença. Na América Latina, a diferença é ainda maior: um homem para cada 6,9 mulheres. Embora não exista confirmação, é provável que a influência dos hormônios femininos seja responsável por esses números", diz a médica.

A causa da artrite reumatoide não pode ser identificada, mas existem alguns fatores relacionados à doença, como explica a diretora científica da Sociedade Paulista de Reumatologia, Elaine de Azevedo. "Predisposição genética, fatores ambientais e alguns hábitos de vida podem aumentar as chances de desenvolver a artrite reumatoide. Estão entre eles clima e localização geográfica, nível hormonal, infecções causadas por vírus e tabagismo", aponta.

Embora não exista prevenção nem cura para a artrite reumatoide, alguns cuidados podem controlar a doença. O primeiro passo é o diagnóstico precoce e o início imediato do tratamento (leia ao lado). "É muito importante iniciar o tratamento antes do desenvolvimento de uma lesão", lembra o reumatologista Morton Scheinberg, do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo.

A combinação de uma dieta balanceada com a prática de exercícios físicos também é ideal para amenizar os sintomas da doença. "O sobrepeso pode causar lesões mais severas nas articulações. Além disso, a falta de cálcio na dieta pode aumentar o risco de desenvolver osteoporose e o consumo exagerado de gordura animal aumenta a inflamação e a dor", explica Elaine. "Já os exercícios diários – como as caminhadas, a natação, a dança e a musculação – são importantes para fortalecer a musculatura ao redor das articulações afetadas e diminuir o desconforto", completa.

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