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Infância

Assimetria no crânio exige tratamento rápido

A plagiocefalia posicional é a imperfeição craniana causada pelo apoio excessivo de uma determinada região da cabeça dos bebês

Breno tinha dois meses quando seus pais notaram que a cabeça dele estava achatada. A parte posterior direita do crânio em nada se harmonizava com a esquerda, motivo que levou a mãe, Flávia Sguarezi, a procurar o pediatra. Sem um diagnóstico preciso, o médico tranquilizou-a, dizendo que era normal e que iria melhorar com o passar do tempo. Mas o problema de Breno tinha nome e precisava ser tratado o quanto antes: ele estava com plagiocefalia posicional, imperfeição craniana causada pelo apoio excessivo de uma determinada região da cabeça dos bebês que leva à deformação do local.

Segundo o médico e especialista em plagiocefalia posicional Gerd Schreen, a doença tende a se desenvolver já nos primeiros meses de vida da criança, período em que a cabeça ainda é mole e cresce rapidamente, o que favorece a deformidade. Por isso, a principal forma de evitar o desenvolvimento do problema é reposicionar o bebê com frequência. "Como ele deve dormir de barriga para cima [recomendação da Sociedade Brasileira de Pediatria], é preciso alternar a posição da cabeça para um lado, depois para outro e para cima", explica Schreen.

Ainda que a plagiocefalia possa ser desenvolvida também na vida intrauterina – quando o espaço dentro barriga da mãe diminui –, as causas mais comuns são no pós-nascimento, e, às vezes, o reposicionamento pode não ser o suficiente para evitar a deformação. Foi o que aconteceu com Breno. Segundo a mãe, mudá-lo de lugar várias vezes ao dia apresentou resultados mínimos, porque ele não permanecia mais na posição escolhida pelos pais.

Para Schreen, em situações em que a técnica não funciona, o correto é buscar o tratamento clínico, feito por meio de uma órtese craniana desenvolvida sob medida para a criança. Por quatro meses, o bebê utiliza o "capacete" 23 horas por dia, e, aos poucos, o crânio volta a ter simetria normal. "O processo é bastante tranquilo. Embora os pais achem que pode machucar, as crianças se adaptam muito bem."

Doença precisa ser detectada no início

O uso da órtese craniana só é eficaz quando a plagiocefalia for detectada no início, daí a importância de que os pais fiquem atentos ao formato da cabeça dos filhos. Conforme o especialista Gerd Schreen, aos dois anos, a criança atinge 90% do tamanho do crânio adulto, então é preciso aproveitar a fase de crescimento rápido da cabeça, que acontece entre três meses a um ano e meio, para executar o tratamento com a órtese.

Breno Sguarezi é uma prova de que o tratamento clínico em casos de plagiocefalia posicional funciona. De acordo com a mãe, Flávia Sguarezi, mesmo com a preocupação de que o menino não se adaptasse à órtese, os resultados foram satisfatórios. "No começo eu fiquei receosa, com medo que desse errado, de que o Breno não se adaptasse. Mas tudo correu muito bem e os resultados foram ótimos. Agora, depois de dois meses com o capacete, a cabeça dele já está normal e o tratamento já está acabando. Valeu muito a pena."

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