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Doença rara

Câncer precoce desafia pacientes com anemia de Fanconi

Defeitos hematológicos são curados por transplantes de medula, mas mal aumenta em até 1000 vezes as chances da pessoa desenvolver tumores malignos no início da vida adulta

Doença sem cura até alguns anos atrás, a anemia de Fanconi deixou de ser uma sentença de morte com o avanço da ciência e as técnicas de transplante. Agora, o desafio dos médicos é conseguir ampliar ainda mais a expectativa de vida das pessoas que têm a doença. Cerca de 90% dos pacientes de anemia chegam à vida adulta, mas quase a totalidade desses deverá desenvolver algum tipo de câncer, principalmente na boca.

Uma das maiores especialistas na doença, a médica Carmem Bonfim, do Hospital de Clínicas de Curitiba, explica que pacientes com diagnóstico de anemia de Fanconi têm de 800 a 1.000 vezes mais chances de ter câncer de boca. “Elas vão ter aos 30 anos uma doença que apareceria numa pessoa com mais de 50”, comenta.

Outro agravante desse quadro é que pessoas que tiveram anemia de Fanconi não toleram tratamentos mais agressivos. Por isso, é imprescindível que o tumor seja descoberto e retirado ainda na fase inicial. O que torna o acompanhamento médico, a atenção dos dentistas e o autoconhecimento do paciente importante para detectar logo cedo um possível câncer.

A doença

A anemia de Fanconi é uma doença congênita rara que, normalmente, vêm associada a outras malformações. No Hospital de Clínicas, que é referência no tratamento da doença, são diagnosticados cerca de 25 casos por ano.

A anemia é caracterizada por uma falência da medula óssea e normalmente é descoberta na infância. O tratamento é feito por meio de transplante de medula, o que cura os defeitos hematológicos, mas não afasta o risco aumentado de desenvolver tumores no futuro.

Nesta sexta-feira (11) e no sábado (12) ocorre em Curitiba o 3.º Encontro Brasileiro de Pacientes de Anemia de Fanconi. No encontro, estarão médicos, pesquisadores e pessoas que possuem a doença. Apoiado pelo Instituto TMO/Associação Alírio Pfiffe, o evento deve reunir cerca de 250 pessoas para discutir tratamentos e pesquisas na área.

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