
Temida pela maioria dos homens, a calvície é incurável e, por enquanto, apenas um tratamento é comprovadamente eficaz para contê-la. Uma descoberta recente deu novo fôlego à luta contra o problema. No mês passado, pesquisadores da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, disseram ter identificado uma proteína responsável pela calvície. O estudo aponta que a área calva tem três vezes mais quantidade de prostaglandina D2, que inibe o crescimento dos fios, que a área com cabelo. Contudo, especialistas veem a novidade com ressalvas.
A expectativa agora é de que a descoberta origine novas medicações, com eficácia maior do que as atuais. "Talvez seja possível gerar inibidores dessa proteína no futuro, mas ainda é cedo para saber. Em estudos para outros problemas, que usaram bloqueadores desse tipo, relatos de pesquisadores são de que não foi notada influência no crescimento dos cabelos", diz a dermatologista e membro da Sociedade Internacional de Cirurgia de Restauração Capilar (ISHRS, na sigla em inglês) Christine Graf Guimarães.
O problema
Causada por características genéticas, a calvície tem influência hereditária e está associada a uma sensibilidade à testosterona, o hormônio masculino, que afeta o crescimento dos cabelos. Os primeiros sinais podem aparecer ainda na adolescência, mas o mais comum é que sejam percebidos entre os 25 e os 40 anos. "Muitos se preocupam com a queda acentuada de cabelo, que pode ser o evento inicial, mas nem sempre ela aparece. O principal sinal é a mudança da característica do cabelo, que passa a crescer de forma mais lenta e fica progressivamente mais fino até ser completamente eliminado", comenta a dermatologista do Hospital Vita Fabiane Mulinari Brenner.
Os homens devem ficar de olho nesses sinais e procurar um dermatologista assim que notarem as primeiras alterações. "Quanto antes começar o tratamento, melhores são os resultados. Há pacientes que me procuram depois de dez anos de calvície e querem recuperar os fios que já perderam. Hoje, isso ainda não é possível, e o tratamento serve para frear a perda e ter pequenos ganhos", explica a dermatologista Daniela Landim.
Tratamento
Por enquanto, o tratamento mais eficaz com comprovação médica para a calvície masculina é a combinação do uso de medicamento, tônico capilar e xampu. Há também quem recorra ao transplante de cabelo. Confira mais detalhes:
Finasterida
Ingerida em forma de comprimido, bloqueia a ação da testosterona nos cabelos. Tem uso diário e contínuo. Em 1% dos casos pode gerar alguns efeitos colaterais, como diminuição da libido e impotência sexual. Mesmo assim, comprovadamente não interfere na fertilidade e apenas reduz o volume da ejaculação.
Minoxidil
Usado como tônico, serve para engrossar os fios. Deve ser aplicado diariamente, duas vezes ao dia, diretamente no couro cabeludo.
Cetoconazol e zinco
Servem para evitar o enfraquecimento dos fios e devem fazer parte da fórmula do xampu usado duas ou três vezes por semana. Nos demais dias, deve-se usar outro produto que retire a oleosidade do couro cabeludo.
Segundo especialistas, emgeral, a combinação com o minoxidil e a finasterida leva três meses para reduzir a queda. Em seis meses, os fios passam a engrossar.
Laser de baixa intensidade
Como age diretamente nos folículos capilares, acelera a irrigação do couro cabeludo e apresenta bons resultados no espessamento dos fios. Indicado para todos os tipos de paciente. Com um mês de tratamento é possível notar resultados. Deve ser associado ao uso da finasterida, minoxidil e dos xampus para controle da calvície.
Transplante de cabelos
Consiste em retirar fios da região da nuca e redistribuí-los na área calva. Como é um processo cirúrgico, a pessoa deve procurar um profissional habilitado e de confiança. Assim como o laser, precisa ser associado com a medicação e o uso de produtos indicados.



