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Do outro lado da linha, vozes salvam vidas do suicídio

Em Curitiba, voluntários fazem 70 atendimentos diários a pessoas que procuram apoio emocional. Brasil é o oitavo país com mais suicídios – um a cada 45 minutos

 | Felipe Lima/Gazeta do Povo
(Foto: Felipe Lima/Gazeta do Povo)

O telefone não para. São cerca de 70 atendimentos diários, incluindo o chat online de pessoas dos mais diferentes perfis que procuram apoio emocional. O Centro de Valorização da Vida (CVV), em Curitiba, atua todos os dias durante 24 horas. Com garantia do anonimato, há quem ligue chorando, xingando o mundo, ou permanecendo em silêncio por longos minutos até ter a coragem para as primeiras palavras.

Em todas as situações, os cerca de 40 voluntários do CVV procuram se tornar o ombro amigo para quem passa por grandes dificuldades emotivas. A meta é uma só: valorizar a vida. A missão final é evitar que as pessoas cheguem a uma situação extrema de tristeza e desamparo e tirem suas próprias vidas.

“Há todo um processo que leva algum tempo para chegar ao suicídio. Procuramos atuar para evitar essa prática”, diz a porta-voz da organização não governamental CVV em Curitiba, Claudiane Araújo. Mês passado, inclusive, foi o da campanha Setembro Amarelo, que visou a alertar e prevenir o suicídio.

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Estatísticas

Os dados são preocupantes. No Brasil, a cada 45 minutos uma pessoa tira sua própria vida, ou seja, por dia cerca de 32 pessoas cometem suicídio no país. Segundo o relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS), o Brasil é o oitavo país com mais suicídios.

Em todo o mundo, a OMS estima que a cada 40 segundos uma pessoa se suicida, o que resulta em 800 mil mortes anuais. A organização calcula que para cada caso fatal há pelo menos outras 20 tentativas fracassadas.

Normalmente, não existe uma razão única que leva alguém a decidir se matar. Doenças mentais podem estar, por exemplo, associadas a fatores sociais, como abusos físicos, instabilidade amorosa e familiar, entre outros fatores diversos.

Veja alguns dos fatores que aumentam o risco de tentativa de suicídio

Segundo o presidente da Sociedade Paranaense de Psiquiatria, André Rotta, os fatores de risco também podem diferir entre pessoas, entre grupos populacionais e ainda podem mudar ao longo do tempo.

“As variações respondem à complexidade do comportamento suicida”, explica.

Diante deste quadro tão vasto, Claudiane, porta-voz do CVV, sabe da responsabilidade em lidar com o tema.

“É preciso focar na preservação da vida. Quem pensa em tirar a própria vida já passa por dificuldades por certo tempo. Se cada um de nós salvar uma vida por dia já nos sentimos bem”, afirma.

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