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Atividade física

Doping, um empurrãozinho do mal

Pressão sobre competidores de elite leva a práticas que comprometem a saúde dos atletas

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Imagine que você é um atleta profissional. Durante os últimos 15 anos, treinou cinco horas ao dia, seis dias por semana, e percebe que seu desenvolvimento estancou a poucos segundos de um recorde mundial. A única alternativa, ao que parece, é usar substâncias capazes de dar o empurrãozinho extra rumo à linha de chegada.

INFOGRÁFICO: Conheça as principais formas de alteração de performance atlética

O caso dos velocistas Asafa Powell (Jamaica) e Tyson Gay (EUA), dois dos principais atletas da modalidade flagrados recentemente com substâncias proibidas pela Agência Mundial Antidoping, mostra o quanto a prática é comum. "Atletas que participavam de campanhas contra o doping acabaram pegos. É um problema geral", acentua Antonio Eduardo Branco, presidente do Conselho Regional de Educação Física do Paraná.

Uma abundância também disponível para os atletas amadores ou de lazer. O uso de esteroides por praticantes de musculação é um fenômeno comportamental antigo, e que costuma receber "vista grossa" nas academias.

Em uma blitz realizada no começo de julho, em Curitiba, 14 academias foram fechadas e os responsáveis, presos. "Assim como aumentam músculos, os esteroides são capazes de aumentar outros tipos de tecido, até os cancerígenos", salienta Julimar Luiz Pereira, professor de Atividades de Academia e Futebol da Universidade Federal do Paraná (UFPR).

Alta nos batimentos

Também há risco no consumo de estimulantes como anfetamina e efedrina. Em atletas de fim de semana, essas substâncias são usadas para inibir o cansaço e aumentar a sensação de força.

Essa sensação de bem- estar é conseguida a partir do aumento dos batimentos cardíacos, que podem chegar a 200 batidas por minuto. Corpos destreinados para aguentar esse tipo de esforço podem colapsar. Mesmo suplementos alimentares tidos como "naturais", como proteína concentrada (Whey) ou creatina, podem causar dano aos sistemas digestivo e excretor, caso o usuário tenha predisposição para problemas hepáticos ou renais.

"Infelizmente, o esporte serve como uma janela de exposição para o bem e para o mal", afirma Sergio Gregorio, doutor em Fisiologia do Exercício e professor associado da UFPR. "O consumo de substâncias vetadas está descontrolado. É muito fácil comprar qualquer tipo de dopagem na internet."

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