Um acordo entre servidores do Hospital Evangélico e a fundação que administra o hospital colocou fim à paralisação do atendimento no pronto-socorro da unidade. Durante a manhã desta quinta-feira (28), um protesto de funcionários provocou a suspensão do atendimento de emergência no Evangélico. Por causa disso, outra unidade, o Hospital do Trabalhador (HT), atingiu sua lotação máxima de 24 atendimentos simultâneos por volta das 10 horas. Com a greve no Hospital de Clínicas, apenas o Hospital Cajuru estava recebendo pacientes vítimas de situação de emergência nesta manhã.
Na avaliação do assessor especial de gestão da prefeitura de Curitiba, Matheos Chomatas, com o fim da manifestação dos servidores do Hospital Evangélico, a situação no atendimento de emergência na capital paranaense deve ser normalizada. "Os pacientes podem voltar a ser atendidos pelo Evangélico, fazendo a vazão interna dos outros hospitais. Saímos da crise temporária", disse.
O Hospital Cajuru e o Hospital do Trabalhador operavam próximo ao limite durante a tarde, mas o movimento era considerado normal.
Segundo a assessoria de imprensa do Hospital Evangélico, o pronto-socorro da unidade foi reaberto por volta das 13h45, na mudança de turno dos funcionários. A fundação que administra o hospital fechou um acordo com os servidores, se comprometendo a depositar os valores atrasados referentes ao vale-alimentação dos funcionários.
Ao todo, 40 cirurgias tiveram de ser canceladas pelo Hospital Evangélico, por causa da paralisação. Segundo a assessoria de imprensa da unidade, os procedimentos seriam remarcados. À tarde, a reportagem constatou que a situação era tranquila no pronto-socorro do Evangélico que tinha, inclusive, leitos vagos.
O Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde de Curitiba e Região (Sindesc) confirmou o acordo, mas advertiu que os servidores podem fazer novas paralisações em caso de novos atrasos.
"Os atrasos ocorrem há anos. Então, ficou definido que se houverem novos atrasos, os trabalhadores vão parar automaticamente. Os servidores estão no limite", disse a assessora do sindicato, Priscila ODonnel. O Hospital Evangélico tem cerca de dois mil servidores, divididos em quatro turnos, segundo o Sindesc.
Plano de contingência
Pela manhã, a prefeitura de Curitiba havia cogitado a possibilidade de acionar um plano de contingência para minimizar os impactos da paralisação. Chomatas disse que a ideia era acionar hospitais particulares e da região metropolitana, para que recebessem as emergências durante o período especial.
"Com a normalização, esse plano não deve ocorrer", explicou Chomatas. Ele agradeceu o apoio de unidades, como a Maternidade de Curitiba, que se colocaram à disposição para auxiliar a administração.
No limite
O sistema de atendimento de urgência e emergência de Curitiba funciona no limite e só deve ter um aumento expressivo de capacidade em 2015, quando a prefeitura pretende colocar em funcionamento um hospital na região norte da capital, segundo matéria da Gazeta do Povo nesta quinta.
A nova unidade terá 250 leitos, um pronto-socorro amplo capacitado para atender acidente vascular cerebral (AVC), enfarte e ortopedia, casos que ainda têm uma demanda reprimida no estado. Hoje, o atendimento hospitalar de urgência e emergência de Curitiba feito pelo Sistema Único de Saúde (SUS) é concentrado em três unidades: Cajuru, Evangélico e Trabalhador, esse último, responsável por cerca de 60% dos casos de trauma. Além deles, o Hospital de Clínicas também recebe casos de urgência.
Juntos, os três hospitais recebem pacientes da capital e da região metropolitana e é comum, nos dias mais sobrecarregados, as ambulâncias terem de esperar pela abertura de uma vaga ou serem conduzidas de uma unidade para outra. O hospital a ser instalado na região norte aumentará em pouco mais de 30% a capacidade dessa rede, que tem hoje 805 leitos.



