• Carregando...
O uso de colírio sem precrição médica prejudicou a visão de Thais da Costa | Ivonaldo Alexandre / Gazeta do Povo
O uso de colírio sem precrição médica prejudicou a visão de Thais da Costa| Foto: Ivonaldo Alexandre / Gazeta do Povo

A sensação de areia dentro dos olhos foi apenas o primeiro incômodo de uma conjuntivite viral tratada com automedicação pela comerciante Thais Cesar da Costa. Depois de pagar R$ 8 por um colírio com corticoide, sem consultar um oftalmologista, seu quadro piorou e em dois dias os dois olhos foram afetados. "Na época, achei que tinha feito um negócio da China. Em vez de aplicar uma gota, eu usava uma ‘ducha’ de colírio para melhorar mais rápido", lembra ela.

O oftalmologista Leonardo Tostes Poli, do Instituto de Oftalmologia de Curitiba (IOC), explica que o uso inapropriado de colírios com corticoides pode fazer com que o paciente tenha sua imunidade enfraquecida. "Quando isso acontece, o vírus tem mais chances de se desenvolver e agravar o problema", comenta ele.

Apesar das complicações, Thais relutou em buscar um especialista. O uso do colírio foi interrompido apenas cinco dias depois, quando seus olhos estavam inchados e sangrando. "Eu chorava dia e noite, não suportava a luz e tentava solucionar o problema com compressas de camomila", conta.

Complicações

Sem apresentar melhoras, ela procurou um posto de saúde e foi encaminhada para o Hospital de Clínicas (HC) da Universidade Federal do Paraná. "Eu nem so­­nhava que colírio desse tanto problema. Os médicos se assustaram e disseram que nunca tinham visto uma barbaridade daquela. Acabei gastando R$ 400 no tratamento", lembra ela.

Hoje, Thais sofre com fotofobia (alta sensibilidade à luz devido aos danos na retina) e não consegue renovar a carteira de habilitação, pois enxerga muito mal com o olho esquerdo. "Eu tinha uma vista privilegiada e destruí isso por uma irresponsabilidade absurda", avalia.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]