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Hepatites de A a E

Inflamações do fígado podem ser agudas ou crônicas. Algumas se curam sozinhas, outras podem evoluir para problemas maiores

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As hepatites não são todas iguais. Algumas delas, quando não detectadas e tratadas corretamente, po­­dem evoluir para graves problemas, como a de tipo B e C. Segundo o Ministério da Saúde, a região Sul está entre as áreas de maior detecção dessas duas hepatites.

Para combater o problema na raiz, o ministério acaba de anunciar a ampliação do público que receberá a vacina contra a hepatite B. No ano que vem, jovens adultos de 20 a 24 anos receberão a vacina e, até 2012, a vacina estará disponível nos postos de saúde para pessoas entre 25 a 29 anos.

A hepatite é uma inflamação no fígado, que pode ser resultado de diferentes agressões ao organismo. As mais comuns são as causadas por vírus como as tipo A, B, C, D e E.

As virais podem ser apenas agudas, como as hepatites A e E, ou podem evoluir de agudas para crônicas, como as hepatites B, C e D. "Na maioria das vezes a cura da hepatite aguda é espontânea. Já a hepatite crônica, quando não tratada, pode evoluir para a cirrose hepática e até mesmo causar a morte", explica Dominique Muzzillo, médica do serviço de hepatologia da Universidade Federal do Paraná.

Os sintomas mais comuns das hepatites agudas são: pele e olhos amarelados, urina escura, fezes esbranquiçadas, mal-estar e febre. De acordo com a médica, muitas vezes os sintomas delas são confundidos com os da gripe e a pessoa acaba descobrindo que tem hepatite somente quando o quadro evolui para a forma crônica, ou quando está curada.

Além disso, o período de incubação dos vírus é longo e, dependendo do tipo de hepatite, a doença pode demorar até 6 meses para manifestar. Já a pessoa que tem hepatite crônica, na maioria das vezes, não apresenta sintomas. "A doença só é descoberta com um exame de sangue, muitas vezes durante um check-up", alerta Dominique.

Contágio

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), 2 milhões de pessoas vivem com o vírus da hepatite B no Brasil. Em cerca de 90% dos casos, as pessoas conseguem se curar espontaneamente. Nos outros 10%, a doença evolui para a hepatite crônica. De acordo com a médica Dominique, o vírus da hepatite B é o que tem maior potencial de contágio. "O vírus sobrevive em uma gota de sangue por 7 dias e sua capacidade de contaminar permanece mesmo depois que o sangue seca", exemplifica.

Vacinação

O médico gastroenterologista Ricardo Schmitt de Bem explica que a vacinação contra a hepatite B também protege a pessoa contra a hepatite D. "O vírus da hepatite D só consegue sobreviver se estiver associado ao da hepatite B", diz. A vacina para a hepatite B faz parte do calendário de vacinas e é distribuída pela rede pública de saúde. "Também existe vacina para a hepatite A, só encontrada na rede particular. Mas para todos os tipos de hepatite existe tratamento", explica Ricardo Schmitt de Bem.

Outras causas

Há outros tipos de hepatite que são causados por fatores imunológicos, doenças metabólicas e por fatores externos. Um dos mais comuns é causado pelo álcool. Segundo os médicos, mesmo as pessoas que bebem apenas no fim de semana podem desenvolver a doença. "A hepatite alcóolica aguda pode até mesmo levar a pessoa à morte. As pessoas precisam ter consciência de que o álcool é extremamente perigoso", alerta a médica Dominique Muzzillo.

Outro perigo é a automedicação. Remédios vencidos e algumas ervas como a espinheira santa, sacaca, comfrei e kava kava são tóxicas e podem causar hepatite. Ricardo de Bem diz que essas ervas têm suas aplicações, mas não há estudos sobre todos os efeitos colaterais para o organismo. "O me­­lhor é fazer os chás com plantas conhecidas como camomila e a erva-cidreira, para não correr riscos", aconselha Dominique.

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Esta matéria foi indicada pela leitora Tereza Maria. Participe você também e tire suas dúvidas enviando um email para projetosespeciais@gazetadopovo.com.br

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