Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Acidentes

Idosos respondem por 76% das mortes por quedas em Curitiba

População idosa é a mais atingida. De acordo com dados da Secretaria Municipal de Saúde, 76,4% das vítimas fatais de quedas eram pessoas com mais de 60 anos

Um tapete mal colocado, uma nova distribuição dos móveis da sala, um sapato de solado liso, um piso molhado... E eis o chão. As quedas, que de tão cotidianas parecem inofensivas, foram em 2013 a terceira causa de morte por fatores externos em Curitiba – totalizando 11% dos óbitos, passando os suicídios. A população idosa é a mais atingida. De acordo com dados da Secretaria de Saúde, 76,4% das vítimas fatais de quedas eram pessoas de 60 anos ou mais.

Especialmente no grupo de 80 anos ou mais, a incidência da mortalidade por queda tem sido preocupante. Crescente, essa taxa alcançou o nível de 380 mortes para um grupo de 100 mil habitantes. Entre os idosos de 60 a 79 anos, essa taxa também é crescente, chegando a 34,6 para um grupo de 100 mil habitantes.

“Pela fragilidade do organismo deles, o que seria uma simples queda para uma pessoa jovem, pode levar a um problema muito mais grave para os idosos”, diz Vera Lídia Alves, coordenadora da Vigilância de Doenças e Agravos Não Transmissíveis, da Secretaria de Saúde de Curitiba. Vários são os fatores que fazem a queda ser tão fatal para o idoso. Dois deles se destacam: maior fragilidade dos ossos e mais propensão a infecções.

Fraturas e infecções

Com os ossos mais fragilizados, é grande a tendência do idoso acabar fazendo uma fratura devido a uma queda. O tratamento, na maior parte das vezes, significa dias de hospitalização, o que expõem um organismo já fragilizado a possibilidade de uma infecção, que pode acabar levando à morte.

De acordo com o médico geriatra Clóvis Cechimel, do Hospital do Idoso, 33% dos homens idosos que sofrem uma fratura de fêmur acabam morrendo em decorrência do acidente. “O corpo do idoso não tem substrato para lidar com a fratura, o que acaba dificultando a recuperação”, explica.

Mesmo que não leve o idoso a óbito, a queda, na maior parte das vezes, acaba sendo um complicador na vida das pessoas que já passaram dos 60. “É um gatilho para a perda da autonomia”, diz Cechimel. Essa perda pode envolver uma mudança para a casa de algum parente, a ida de um cuidador e até um medo de desenvolver atividades antes cotidianas – o que na geriatria é tratado como síndrome pós-queda.

E aí mora um grande perigo. Cada vez menos ativo, o idoso vai pouco a pouco perdendo força e tendo mais dificuldades de marcha. Isso aumenta a predisposição dele de ter uma nova queda. Para evitar mais um baque, Cechimel recomenda justamente o contrário: mais atividades. Nada de sair pela rua correndo ou faxinar a casa. Mas caminhadas e outros exercícios que ajudem a fortalecer a musculatura e a melhorar o equilíbrio do idoso são importantes protetores contra queda.

Há também os fatores externos, como os riscos ambientais. Móveis e até o solado de sapato entram nesse grupo. “Quando falamos de cuidados de casa, chamamos atenção para os tapetes, os animais domésticos, a necessidade de instalação de corrimões nas escadas e nos banheiros, a iluminação durante a noite e a distribuição dos móveis, que devem ser colocados de forma a não dificultar a locomoção”, comenta Lídia.

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.