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Alimentos funcionais

Industrialmente enriquecidos

De olho em pessoas interessadas em alimentos que além de nutrir melhoram a saúde, a indústria investe cada vez mais no enriquecimento de produtos para torná-los funcionais

Leites, queijos, barras de cereais e molhos de tomate industrializados recebem ingredientes funcionais que beneficiam o organismo | Marcelo Elias/Gazeta do Povo
Leites, queijos, barras de cereais e molhos de tomate industrializados recebem ingredientes funcionais que beneficiam o organismo (Foto: Marcelo Elias/Gazeta do Povo)

Os alimentos funcionais – aqueles que oferecem, além de nutrientes, benefícios que se estendem a outras funções do organismo – estão ganhando espaço nas prateleiras dos supermercados. A indústria alimentícia tem investido pesado no desenvolvimento desses produtos e já cresce 5% ao ano, de olho na fatia da população preocupada em melhorar seus hábitos alimentares.

Para alcançá-la, os fabricantes adicionam ingredientes que transformam os alimentos com características apenas nutricionais em funcionais também. "É o caso dos iogurtes que auxiliam no processo intestinal. Iogurte comum não é funcional, mas se descobriu que há microorganismos que dão potencial funcional para o produto", explica a professora do curso de Engenharia e Tecnologia de Alimentos da Universidade Tecnológica do Paraná (UTFPR), Renata Hernandez Barros Fuchs.

A dúvida é saber se esses alimentos industrializados fornecem realmente o que as propagandas prometem e se eles são tão eficazes quanto os produtos in natura. De acordo com a professora e pesquisadora do curso de Engenharia de Alimentos da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), Márcia Rapacci, não há motivos para preocupação quando se opta por alimentos processados. "A indústria investe tanto em pesquisa e nos processos de produção e armazenamento desses alimentos, que a perda de nutrientes é mínima, se comparada com os alimentos in natura. E o fato de estar embalado ou armazenado em vidros ou latas não significa que o alimento não seja saudável ou que tenha perdido sua funcionalidade", comenta.

Já a nutricionista e membro do Centro Brasileiro de Nutrição Funcional Daniela Jobst prefere os alimentos naturais "Eu não gosto de alimentos industrializados, porque o corpo humano não tem as substâncias necessárias para quebrar corantes e conservantes. Algo natural tem muito mais benefícios", justifica.

A professora Renata, contudo, enfatiza que o segmento de alimentos industrializados só tende a crescer. Ele atende a população que busca mais qualidade de vida e ao mesmo tempo não abre mão da praticidade. "Hoje a vida é tão corrida, que às vezes não temos tempo para preparar uma alimentação só com ingredientes naturais", diz. "Além disso, é muito difícil fugir dos corantes, conservantes e dos agrotóxicos, a não ser que se tenha uma horta em casa."

Benefícios

Entre os benefícios desses alimentos estão a melhora da saúde, do coração, do vigor, do funcionamento digestivo, do sistema imunológico e a redução do risco de doenças. E a funcionalidade desses ingredientes é bastante variada. "Todos os alimentos têm indicações diferentes. Mas a maioria deles tem ação cardioprotetora ou anticancerígena ou, ainda, anti-envelhecimento", explica a nutricionista Daniela. "O alimento funcional não cura nenhuma doença, mas ajuda na prevenção", ressalta.

Segundo a professora Márcia, os alimentos funcionais previnem o estabelecimento de doenças crônicas ou degenerativas e melhoram a qualidade e a expectativa de vida das pessoas. "São efeitos que vão além da função meramente nutricional há muito tempo conhecida, seja para fornecer energia e nutrientes essenciais em quantidades equilibradas, seja para a promoção do crescimento normal e evitar desequilíbrios funcionais", acrescenta.

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