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Veja como estão distribuídos os casos fatais de gripe A no Paraná |
Veja como estão distribuídos os casos fatais de gripe A no Paraná| Foto:

Número de casos deve aumentar

A Secretaria de Estado da Saúde confirmou ontem 13 novas mortes pela gripe A (H1N1) no Paraná, ocorridas entre os dias 14 de julho e 23 de agosto. Elas aconteceram nas regiões de Cascavel, Apucarana, Cianorte, Paranaguá, Ponta Grossa, Gua­­rapuava, Pato Branco e Lon­­drina. Nenhuma nova morte foi confirmada na regional de saúde de Curitiba, que continua sendo a regional com mais óbitos – 61 no total. Com os novos registros, o estado passa a ter 154 mortes pela doença.

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Tira-dúvidas

Com a recomendação da dispensa temporária das grávidas, veja como ficam alguns direitos das trabalhadoras:

O empregador pode exigir atestado médico para conceder o afastamento?

Sim. Como se trata uma situação extraordinária, a trabalhadora precisa atestar que está grávida. Não há ilegalidade nessa exigência.

A trabalhadora grávida pode ter descontos em seu salário durante o período do afastamento?

Não. O caso é de força maior, onde o interesse público de proteção à saúde das gestantes é maior que o interesse privado. O pagamento é um ônus com o qual as empresas terão de arcar.

É possível dar férias às trabalhadoras gestantes ou descontar os dias afastados nas férias?

Não. A recomendação é de afastamento. As empresas não podem conceder férias para as grávidas a fim de cumprir a recomendação. O desconto de dias nas férias é prática ilegal.

A empresa pode mandar tarefas para a gestante cumprir em casa?

Sim. Desde que as atividades não fujam da função para qual a trabalhadora foi contratada.

Fonte: MPT-PR.

Os empregadores de Curitiba, região metropolitana e do litoral do Paraná que não afastarem as gestantes devido ao risco de contaminação pela gripe A (H1N1), popularmente conhecida como gripe suína, podem responder judicialmente. A informação é do Ministério Público do Trabalho (MPT) no Paraná, que orientou as federações de trabalhadores e de empregadores e os órgãos públicos que afastassem imediatamente as gestantes por um período mínimo de 15 dias. A medida, anunciada na última sexta-feira, teve por base a posição dos órgãos de saúde, que verificaram o agravamento da doença entre as gestantes.

A gravidez e a obesidade têm sido os principais fatores de risco que podem levar à morte pela nova gripe no Paraná. Do total das 154 mortes do estado, oito vítimas estavam grávidas. Entre 2.853 casos da doença confirmados laboratorialmente, 165 são gestantes.

A procuradora Marília Coppla diz que a empresa que não cumprir a orientação será inicialmente chamada para firmar um termo de ajustamento de conduta. "Cha­mamos para audiência e firmamos o termo de compromisso, para que de imediato a empresa atenda o que foi determinado", explica a procuradora. Se a empresa não cumprir, o Ministério Público entra com ação civil pública, com possível imposição de multa pela inobservância do compromisso.

O Ministério Público do Tra­balho age a partir de denúncias e orienta as pessoas a entrarem em contato. Ontem, por exemplo, chegou à procuradora uma denúncia de um aluno que estaria tendo aulas com uma professora grávida. A empresa será chamada para que afaste a funcionária. O Ministério Público do Trabalho também orienta o afastamento de trabalhadores com baixa imunidade de atividades com aglomeração.

Segundo o presidente do Sin­dicato dos Professores no Estado do Paraná, Sérgio Gonçalves Lima, as escolas devem cumprir a orientação. "Nosso entendimento é que as gestantes devem ter zelo específico", afirma.

Três casos do descumprimento da medida chegaram ao Sindicato dos Empregados no Comércio de Curitiba e Região Metropolitana, que reúne 123 mil trabalhadores. Segundo o presidente da entidade, Ariosvaldo Rocha, as empresas inicialmente não estavam afastando os funcionários em risco. "No começo foi difícil (conseguir o afastamento). Agora, como a situação foi alarmante e realmente bem temerária, as empresas estão aceitando mais."

Poder público

Cerca de 500 gestantes que trabalham na prefeitura de Curitiba foram afastadas. No governo do Paraná não há no momento uma estatística central de quantas servidoras gestantes estão temporariamente afastadas. Segundo a Se­­cretaria de Estado da Admi­nis­tração e da Previdência, a dispensa está sendo feita de forma descentralizada. Também não está sendo exigido pedido formal, protocolar (com atestado, por exemplo), de dispensa, nem perícia médica. O retorno ao trabalho das gestantes está previsto para o dia 31.

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Serviço

Denúncias podem ser feitas pelo site do MPT-PR (www.prt9.mpt.gov.br) ou na Av. Vicente Machado, 84, no Centro de Curitiba.

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