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Triagem da população em frente da UPA de Paranaguá. Demanda é de 1,2 mil pessoas diariamente. | Débora Mariotto Alves/
Gazeta do Povo
Triagem da população em frente da UPA de Paranaguá. Demanda é de 1,2 mil pessoas diariamente.| Foto: Débora Mariotto Alves/ Gazeta do Povo

A disparidade entre os dados da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) e a prefeitura de Paranaguá e o aumento na demanda por atendimento – 1,2 mil pessoas estão buscando a UPA da cidade diariamente – estão alarmando a população. Duas mortes pela doença já foram confirmadas na cidade.

Em nota, na quarta-feira (20), o município afirmou ter 675 diagnósticos positivos para dengue, enquanto o boletim epidemiológico semanal emitido pela Sesa um dia antes mostrava 614 casos da doença. Ao mesmo tempo, um laboratório particular do município disse ter atestado mais de 600 casos apenas no mês de janeiro. A prefeitura afirma que todos os casos estão contabilizados, mas não informa quantos vieram da UPA e quantos dos laboratórios. No boletim epidemiológico aparecem todos os casos registrados desde agosto de 2015.

A regra, segundo a prefeitura de Paranaguá, é que todos os casos diagnosticados, inclusive dos laboratórios, sejam informados ao setor de epidemiologia do município. A partir dali, os dados são encaminhados para a Sesa e passam a integrar o boletim. Os laboratórios enviam os comunicados de casos semanalmente, assim como a prefeitura encaminha os dados uma vez na semana e a Sesa faz divulgação também uma vez na semana. “A gente tem uma dinâmica para produzir o boletim que acaba atrasando um pouco o tempo em relação ao município. Os municípios fecham [as notificações]às terças-feiras”, explicou a coordenadora do Programa Estadual de Combate à Dengue, Themis Buchmann. Na prática, o estado acaba publicando os dados com uma semana de atraso.

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A Sesa alerta que a prefeitura deveria fazer a atualização diária de casos para evitar o risco de subnotificação, mas segundo a coordenadora, chega uma hora que os municípios com epidemia “não conseguem fazer isso”.

Laboratórios

Dos quatro laboratórios particulares de Paranaguá, dois, Clinilab e Frishmann Aisengart, afirmaram terem realizado, juntos, só no mês de janeiro, mais de 630 testes positivos para dengue. Os outros dois laboratórios – Pasteur e Madre Tereza de Calcutá – não repassaram o número de diagnósticos realizados, mas confirmaram que a procura é muito maior que em períodos anteriores. “Estamos atendendo cerca de 300 pessoas por dia. Está uma loucura, estamos sobrecarregados”, afirmou o bioquímico responsável por um dos laboratórios. Os resultados têm saído no mesmo dia nesses laboratórios, enquanto que na UPA estão demorando 24 horas.

Atendimento

A instalação do hospital de campanha em frente da UPA de Paranaguá está dando mais agilidade ao atendimento da população. É ali que é feita a triagem dos casos. Ainda assim, o tempo de espera para a consulta, que é feita dentro da UPA, ainda pode chegar a três horas. É que, segundo a prefeitura, o tempo de espera depende também de outros casos de urgência e emergência que chegam à unidade.

“Eu cheguei era 14h30 e agora que fui atendida – perto das 17h. Vim trazer minha filha que está com febre”, disse uma mãe que não quis ser identificada. “Ontem [quarta (20)]eu vim para consultar e tinha cem pessoas na minha frente, voltei hoje e foi mais rápido”, contou Cecília Frederiche Lima. Ela fez o exame pela manhã e vai pegar o resultado nesta sexta-feira. “Está sendo rápido”, afirma.

A prefeitura de Paranaguá acredita que os 109 profissionais de saúde temporários – médicos, enfermeiros, farmacêuticos, técnicos e auxiliares – que estão em processo de seleção deverão ajudar a agilizar o atendimento . O resultado da seleção sai nesta sexta (22) e os profissionais deverão atuar por 90 dias.

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