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Chuvas acima da média e calor forte do início do ano favoreceram a proliferação do mosquito da dengue | Daniel Castellano/Gazeta do Povo
Chuvas acima da média e calor forte do início do ano favoreceram a proliferação do mosquito da dengue| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo
  • Compare o número de casos de dengue nos últimos anos no Paraná
  • Veja como prevenir a proliferação do mosquito da dengue

As notificações de casos de dengue no Paraná tiveram um aumento de 478% em 2010 em relação ao mesmo período do ano passado. Enquanto de janeiro a maio de 2009 o estado registrou 6.679 casos suspeitos da doença, neste ano foram 38.624, no mesmo período, segundo dados do Ministério da Saúde divulgados ontem. Os números colocam o estado em quinto lugar no ranking nacional de notificações, ficando atrás apenas de São Paulo, Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso do Sul. Em São Paulo, já foram feitas, em 2010, 185.966 notificações, uma variação de 3.980% em relação ao ano passado, quando foram registradas 4.557 no mesmo período. Em todo o Brasil o número de notificações nos primeiros cinco meses do ano (737.756) já é próximo ao total de notificações registradas em todo o ano de 2008, cerca de 806 mil.

Segundo o Ministério da Saú­­de, o aumento no número de casos pode ser relacionado à circulação do tipo DEN-1 do vírus da dengue. Estão em circulação no Brasil três dos quatro sorotipos do vírus. O DEN-1 circulou mais fortemente na década de 90 e voltou a predominar em alguns estados no final de 2009. Com isso, muitas pessoas que não têm imunidade a este tipo de vírus ficam suscetíveis a contrair a doença.

No Paraná, os casos de dengue vi­­nham caindo nos dois últimos anos. Depois de ter registrado 25.988 casos em 2007, maior marca desde o início da década de 90, em 2008 e 2009 a incidência da doença voltou a cair. Em 2008 foram confirmados 957 casos e em 2009, 893. "É um comportamento típico da doença, que se ca­­racteriza por períodos epidêmicos intercalados com períodos de pouca circulação do vírus", explica o superintendente de vigilância em saúde da Secretaria Estadual da Saúde (Sesa), José Lúcio dos Santos. Para ele, as condições climáticas no estado no início do ano também favoreceram a maior proliferação do mosquito transmissor da doença. "Tivemos um verão com chuvas acima da média e temperaturas bastante elevadas, o que contribui para a reprodução do mosquito", observa. Santos diz ainda que por se tratar de período de fé­­rias, o grande trânsito de pessoas entre cidades e estados e o descuido com a prevenção também contribuíram para o aumento no número de casos. "As pessoas viajam e esquecem de tomar os cuidados para evitar água parada. Além disso, depois de um período de baixa ocorrência da doença, como foi 2008 e 2009, é natural que as pessoas acabem descuidando. Pre­­ci­­sa­mos deixar claro que isso não pode acontecer", comenta.

Reforço

O Ministério da Saúde vem in­­tensificando as ações de combate à dengue desde o final de 2009, principalmente nos estados mais afetados. Na região Su­­deste, os estados de São Paulo e Mi­­nas Gerais registram o maior número de casos e aumento de in­­cidência de dengue em relação ao mesmo período do ano passado. São Paulo, que tinha em 2009 incidência baixa (11,1 casos por 100 mil habitantes), passou a ter um índice considerado alto (449,4 casos por 100 mil habitantes) até maio de 2010. Em Minas, a incidência passou de 289,3 para 789,7 casos por 100 mil.

Além de assessoria técnica, o governo tem enviado equipamentos para aplicação de inseticidas e medicamentos para o tratamento da doença.

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