São Paulo - A família dos remédios que foram detectados no sistema de Michael Jackson, além do propofol, é a de benzodiazepínicos. Seu uso é frequente para tratar a insônia no Brasil, mas por causar dependência e tolerância, eles já não são mais a primeira opção dos médicos. "Novas classes de medicamentos estão sendo estudadas na busca de tratamentos seguros de médio e longo prazo", explica Dalva Poyares, professora do Departamento de Psicobiologia da Unifesp.
Enquanto a última geração não chega ao Brasil, uma intermediária vem sendo usada com sucesso no tratamento da insônia. O Zolpidem está no mercado há 15 anos e apresenta resultados positivos, por tratar exclusivamente da falta de sono. "A tendência nas pesquisas desses fármacos é procurar os mais seletivos, ou seja, os que afetem somente o sono e tenham o menor número possível de efeitos adversos", diz Dalva. A Trazodona, também bem-sucedida no tratamento da insônia, traçou o caminho inverso. É um antidepressivo que se saiu melhor na carreira de indutor do sono e foi, assim, aperfeiçoado nesse sentido.
A neurologista explica ainda que há estudos para o desenvolvimento de remédios específicos para idosos os mais afetados pela privação do sono. "Essa nova família que está sendo desenvolvida é de derivados da melatonina, mas ainda não tem previsão de chegada ao Brasil", afirma Dalva. Para casos de insônia leve, fitoterápicos como a valeriana e o lúpulo podem ser usados. "Mas o medicamento, não o chá", avisa.
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