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Sem Rodeios

Bolsonaro aposta em Trump para uma “virada de jogo” no Brasil

A denúncia da Procuradoria Geral da República (PGR) contra o ex-presidente do Brasil Jair Bolsonaro, apresentada ao Supremo Tribunal Federal (STF), repercutiu na imprensa internacional e trouxe novamente ao debate público a hipótese de um envolvimento mais direto do governo americano no cenário político brasileiro. No ano passado, Bolsonaro já havia dito ao Wall Street Journal que espera um apoio claro de Donald Trump para protagonizar no Brasil uma “virada de jogo” semelhante à que o republicano alcançou no Estados Unidos.

Nesta quarta-feira (19), outro episódio envolvendo a justiça americana e o ministro do STF Alexandre de Moraes deu eco à tese. A empresa Trump Media and Tecnhology Group Corp, ligada ao presidente, acionou a Justiça americana contra Moraes, argumentando que decisões judiciais dele censurando o Rumble (plataforma de vídeo que é autora do processo junto com a Trump Media) interferiram em seus negócios. Moraes é acusado em um tribunal federal dos EUA de "violar a soberania" do país.

A nova ação indireta de Trump contra um magistrado do STF - que também enfrentou disputas legais com o bilionário Elon Musk e sua rede social X no ano passado - abriria mais uma possibilidade de envolvimento da administração republicana na política brasileira.

Denúncia do golpe se apoia em teses e carece de provas definitivas

Na denúncia em que acusa o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros 33 auxiliares e militares de tramar um golpe de Estado, no fim de 2022, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, adotou uma narrativa fechada, em ordem cronológica, no sentido de que, ao menos desde 2021, havia no grupo o intento de impedir a futura posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) caso ele viesse a ser o vencedor do pleito em 2022, o que acabou se confirmando.

A peça, de 272 páginas, relata que, no ano anterior à eleição, Bolsonaro já buscava descredibilizar as urnas eletrônicas perante a população como forma de justificar, com a acusação de fraude, uma derrota para Lula no ano seguinte.

A insistência do ex-presidente em encontrar alguma prova de desvio na captação e apuração dos votos – seja por pressão sobre os militares que fiscalizaram o sistema, seja por meio de uma auditoria do PL sobre os arquivos gerados pelas urnas – é tratada por Gonet na denúncia como se Bolsonaro sempre soubesse que não encontraria nenhuma fraude.

Alexandre de Moraes ameaçou Mauro Cid durante delação

A delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), teve seu sigilo derrubado nesta quarta-feira (19), após o envio da denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR).

Todas as teses sustentadas por Cid durante os depoimentos de sua delação premiada já são publicamente conhecidas por causa de vazamentos à imprensa. A novidade dos documentos divulgados nesta quarta é que as audiências estão reproduzidas na íntegra, inclusive com diálogos do ministro do STF Alexandre de Moraes com Cid.

No teor das conversas, chamam a atenção ameaças proferidas por Moraes em uma audiência ocorrida em 21 de novembro de 2024.

"Eu quero fatos, por isso eu marquei essa audiência. Eu diria que é a última chance do colaborador dizer a verdade sobre tudo", disse Moraes ao apontar divergências entre as provas apresentadas pela Polícia Federal (PF) e as versões anteriores do tenente-coronel, proferidas em setembro de 2023 e junho de 2024.

Toffoli anula todos os atos da Lava Jato contra Palocci

O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF) anulou todos os atos da Operação Lava Jato contra o ex-ministro Antonio Palocci. A decisão envolve as ações tomadas pela força-tarefa do Ministério Público Federal quanto pelo então juiz Sérgio Moro.

Toffoli manteve o acordo de delação premiada firmado pelo ex-ministro da Fazenda no governo Lula e da Casa Civil de Dilma Rousseff. Palocci deixou os cargos, após ter se envolvido em escândalos de corrupção. 

O caso corre sob sigilo de Justiça, mas o ministro embasa a decisão, conforme informação da CNN Brasil, nos “integrantes da referida operação e pelo ex-juiz Sergio Moro, no desempenho de suas atividades perante o Juízo da 13ª Vara Federal de Curitiba, ainda que na fase pré-processual”.

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