O caso do ex-assessor da Presidência Filipe Martins ganhou repercussão internacional após o The Wall Street Journal questionar se o Brasil teria fraudado o sistema de fronteiras dos Estados Unidos. O jornal apontou que a Polícia Federal utilizou informações supostamente obtidas junto à Customs and Border Protection (CBP) para acusar Martins de ter entrado irregularmente nos EUA em dezembro de 2022 — dado que a própria agência americana nega existir em seus registros oficiais. A suspeita é de que o documento usado como prova tenha sido forjado ou inserido indevidamente no sistema, levantando dúvidas sobre uma possível infiltração estrangeira na estrutura de segurança norte-americana.
No Brasil, o processo enfrenta críticas semelhantes. A Procuradoria-Geral da República fundamentou parte da acusação em listas de entrada e saída do Palácio da Alvorada com rasuras, assinaturas irregulares e sem cadeia de custódia, anexadas tardiamente ao processo — o que impediu o contraditório. Assim, tanto as provas americanas quanto as brasileiras são consideradas ilegítimas ou inconsistentes, deixando o caso apoiado em bases frágeis. A combinação dessas falhas documentais levanta questionamentos sobre abuso de autoridade, cooperação irregular entre países e a própria credibilidade do sistema judicial envolvido.
Carvajal fornece informações sobre financiamento do chavismo e cita Lula
O ex-general venezuelano Hugo Armando Carvajal, conhecido como “Pollo” Carvajal, está colaborando com as autoridades dos Estados Unidos após sua extradição da Espanha em 2023. Carvajal, ex-chefe da inteligência militar durante os regimes de Hugo Chávez e Nicolás Maduro, é acusado de envolvimento com o narcotráfico e de liderar o Cartel dos Sóis, uma rede criminosa dentro das Forças Armadas da Venezuela. Fontes indicam que ele está fornecendo documentos inéditos sobre redes internacionais de financiamento do chavismo, que supostamente beneficiaram movimentos e líderes de esquerda na América Latina e na Espanha. Em 2021, Carvajal teria informado à Justiça da Espanha que os regimes venezuelanos realizaram pagamentos ilegais a partidos e políticos de esquerda, incluindo o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva. A assessoria de Lula negou qualquer irregularidade, afirmando que todos os seus sigilos foram analisados sem encontrar valores ilegais.
Lula defende "doutrinação latino-americana"
Lula anunciou, em evento preparatório para o Enem em São Bernardo do Campo (SP), a intenção de criar uma "doutrina latino-americana" com a colaboração de professores e estudantes do continente. Ele afirmou que o objetivo é promover uma educação com identidade própria, visando uma América Latina independente e respeitada internacionalmente. Durante o discurso, Lula também criticou a elite brasileira e defendeu investimentos em educação, anunciando a destinação de R$ 108 milhões à Rede Nacional de Cursinhos Populares (CPOP). Além disso, incentivou os jovens a se engajarem na política, alertando sobre tentativas de aprovação de leis que garantam impunidade a membros da classe política.
Vereador acusa Stédile de incitação a milícias internacionais
O vereador de Vitória, Dárcio Bracarense, anunciou que irá protocolar uma queixa-crime na Procuradoria-Geral da República (PGR) contra João Pedro Stédile, líder do MST, por incitação à formação de milícias e hostilidade internacional. A ação ocorre após declarações de Stédile afirmando estar organizando “brigadas contra os Estados Unidos” em território venezuelano, consideradas pelo parlamentar como afronta à Constituição e às leis de segurança nacional. A queixa cita dispositivos do Código Penal, decretos e leis sobre crimes contra a segurança do Estado e extraterritorialidade, e solicita a instauração de inquérito para responsabilização criminal do líder do movimento.
O programa Sem Rodeios desta segunda-feira (20) vai ao ar ao vivo às 13h30, pelo canal do YouTube da Gazeta do Povo.
