A Embaixada dos Estados Unidos no Brasil gerou controvérsia ao referir-se ao Supremo Tribunal Federal (STF) como "Supremo Tribunal de Moraes" em uma publicação nas redes sociais. A declaração, que endossa a posição do presidente Donald Trump, critica o STF e o governo Lula por supostos ataques à liberdade de expressão e ao ex-presidente Jair Bolsonaro. O Itamaraty reagiu, classificando a declaração como uma "intromissão indevida e inaceitável" nos assuntos internos do Brasil.
Julgamento contra Bolsonaro é uma “caça às bruxas”, diz Trump
Nesta terça-feira (15), o presidente dos EUA, Donald Trump, comentou sobre o ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro, afirmando que, embora não sejam amigos pessoais, considera Bolsonaro um "bom homem" e "não desonesto". Trump expressou preocupação com o julgamento de Bolsonaro no Brasil, classificando-o como uma "caça às bruxas" e lamentando a situação. Ele destacou que Bolsonaro representa milhões de brasileiros e que lutou por seu país, sendo, segundo Trump, um presidente respeitado .
Essas declarações ocorrem em meio a tensões diplomáticas entre Brasil e Estados Unidos, incluindo a imposição de tarifas comerciais por parte do governo Trump. O presidente Lula reagiu às críticas de Trump, afirmando que a defesa da democracia no Brasil é uma questão soberana e que não aceita interferências externas.
EUA pediram informações de ministros do STF
O jornalista Paulo Figueiredo revelou que autoridades americanas solicitaram informações detalhadas sobre ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), incluindo dados pessoais e históricos de decisões. Segundo Figueiredo, a conversa também abordou a aplicação da "Lei Magnitsky", que permite aos EUA impor sanções a estrangeiros envolvidos em corrupção ou violações de direitos humanos. Ele afirmou que os EUA aguardam um "primeiro passo" do Brasil para reduzir a crise comercial entre os dois países.
Lideranças do Congresso apoiam Lula em reação às tarifas dos EUA
O governo brasileiro recebeu apoio dos presidentes da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), para enfrentar as tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. Em reunião realizada nesta quarta-feira (16), também participaram o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB-SP) e a ministra-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT-PR). Durante o encontro, foi formalizada a criação de uma comissão parlamentar que viajará aos EUA para dialogar com autoridades norte-americanas. A comitiva poderá incluir a senadora Tereza Cristina (PP-MS) e o senador Marcos Pontes (PL-SP), ambos com experiência em negociações internacionais. As lideranças políticas enfatizaram a importância da união entre os poderes para defender a soberania nacional e buscar soluções para mitigar os impactos das medidas americanas.
Toffoli anula decisões da Lava Jato contra doleiro Youssef
O ministro Dias Toffoli (STF) anulou todas as decisões da Operação Lava Jato contra o doleiro Alberto Youssef, um dos principais delatores do esquema de corrupção investigado. Na decisão, Toffoli apontou a existência de conluio entre o ex-juiz Sergio Moro, o Ministério Público Federal (MPF) e a Polícia Federal (PF), indicando que houve combinação de estratégias entre acusação e magistrado, comprometendo a imparcialidade do processo.
A anulação abrange condenações e acordos de colaboração firmados por Youssef, que desempenhou papel central nas investigações ao revelar detalhes sobre o esquema de corrupção na Petrobras. A decisão de Toffoli segue a linha de outras recentes no STF que questionam a condução dos processos da Lava Jato, especialmente após revelações de mensagens trocadas entre Moro e procuradores, sugerindo falta de isenção. A medida levanta debates sobre os limites da atuação judicial e do Ministério Público em grandes operações anticorrupção.
O programa Sem Rodeios desta quarta-feira (16) vai ao ar às 13h30 pelo canal do Youtube da gazeta do Povo. Assista aqui
