Nos bastidores, ministros do STF expressam preocupação com a demora do governo em reagir ao tarifaço de 50% imposto pelos Estados Unidos a produtos brasileiros. Desde maio, quando surgiram ameaças de sanções ao ministro Alexandre de Moraes, esperava-se uma manifestação do Itamaraty. A ausência de uma resposta rápida é vista como um fator que contribuiu para a escalada da crise. Apesar de o STF ser alvo direto das críticas de Trump, a Corte decidiu não se pronunciar publicamente, alinhando-se com o presidente Lula, que defende uma abordagem enérgica e a aplicação da Lei de Reciprocidade Econômica.
Governo reage a Trump com medidas que podem prejudicar exportadores nacionais
Lula classificou como "desaforo" a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros a partir de 1º de agosto. Em resposta, Lula anunciou que o Brasil aplicará medidas de reciprocidade, conforme a Lei da Reciprocidade aprovada anteriormente, caso não haja uma solução até a data estipulada. Ele também criticou a carta enviada por Trump, que acusava o governo brasileiro de perseguir o ex-presidente Jair Bolsonaro, considerando-a uma ingerência inaceitável na soberania nacional. Lula afirmou que buscará apoio na Organização Mundial do Comércio (OMC) e que, se necessário, implementará as tarifas recíprocas para defender os interesses do Brasil.
Governo advoga por Moraes nos EUA
A atuação da Advocacia-Geral da União (AGU) ao defender o ministro Alexandre de Moraes (STF) em um processo nos Estados Unidos provocou críticas de juristas que apontam essa ação como uma representação de desvio de finalidade, comprometendo a separação entre os poderes. A AGU, órgão do Executivo, estaria atuando em defesa de um membro do Judiciário, o que é visto como uma interferência indevida e politicamente motivada. O caso ganhou repercussão após empresas americanas, como a Trump Media e a plataforma Rumble, processarem Moraes por censura, alegando que suas decisões afetam a liberdade de expressão nos EUA. A AGU justificou sua atuação alegando interesse institucional e defesa da soberania, mas especialistas alertam para os riscos dessa prática, que pode fragilizar os freios e contrapesos previstos na Constituição.
Petista pede prisão de Bolsonaro por "risco de fuga"
O deputado federal Rogério Correia (PT-MG) solicitou ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro, alegando risco de fuga após declarações de apoio do presidente dos EUA, Donald Trump. Correia argumenta que o apoio de Trump poderia embasar um pedido de asilo político por parte de Bolsonaro. O parlamentar também pediu a imposição de medidas cautelares, como o uso de tornozeleira eletrônica e restrições de movimentação. O pedido foi protocolado no inquérito das milícias digitais.
Lula escolhe aliados de Moraes e Dino para ampliar influência no TSE
Lula nomeou Estela Aranha e reconduziu Floriano de Azevedo Marques Neto como ministros titulares do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Estela Aranha, ex-secretária de Direitos Digitais do Ministério da Justiça, é próxima de Flávio Dino, enquanto Floriano Marques é aliado de Alexandre de Moraes. As nomeações foram vistas como um gesto de Lula para fortalecer a influência de Moraes no TSE, especialmente em um momento em que o tribunal se prepara para julgamentos importantes relacionados ao ex-presidente Jair Bolsonaro. A escolha de Lula também gerou insatisfação entre petistas, que esperavam nomes mais alinhados ao partido.
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