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iPhone 4

Festa, muito mistério e poucos aparelhos

Lançamento do smartphone da Apple só foi confirmado três dias antes, e cotas fornecidas às operadoras devem ser insuficientes. Mesmo assim, os usuários aprovam

André e Victor Sluzala, com o brinquedinho recém-comprado: o menino ficou com o iPhone 3GS do pai, que migrou para a nova versão do aparelho | Pedro Serápio/ Gazeta do Povo
André e Victor Sluzala, com o brinquedinho recém-comprado: o menino ficou com o iPhone 3GS do pai, que migrou para a nova versão do aparelho (Foto: Pedro Serápio/ Gazeta do Povo)
O iPhone 4: filas no Brasil e nos EUA |

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O iPhone 4: filas no Brasil e nos EUA

Três meses depois de sua estreia mundial, o iPhone 4 finalmente fez seu desembarque oficial no Brasil. O lançamento brasileiro ocorreu na sexta-feira passada, com lojas abertas à meia-noite e festas para os primeiros compradores. O lançamento foi divulgado em cima da hora – as operadoras só confirmaram para valer na terça-feira –, e passou por cima de um problema: não vai haver aparelhos para todos. O que não chega a ser surpreendente, porque mesmo dos Estados Unidos há listas de espera para entrega do produto.Nem a Apple nem as operadoras confirmam quantos aparelhos foram destinados ao mercado brasileiro, mas sabe-se que elas foram submetidas a um regime de cotas. Segundo Josué Freitas, gerente re­­gional da Vivo para o Paraná e San­­ta Catarina, os iPhones recebidos pela empresa não são suficientes nem mesmo para atender aos ca­­dastros já feitos pela internet. Ele, entretanto, não vê motivo de alarme. "Pela nossa experiência, a situação deve se normalizar em pouco tempo", explica.

Nos EUA, onde o iPhone começou a ser vendido em 24 de junho, a demanda também superou a oferta. No primeiro fim de semana no mercado, 1,7 milhão de unidades foram vendidas. O número foi comemorado como um sucesso, em um comunicado que incluiu ainda um pedido de desculpas.

Por trás dessa aparente escassez de produtos, entretanto, pode estar uma inteligente estratégia de vendas. Um artigo publicado recentemente na revista Business Week aponta quatro estratégias de precificação adotadas pela Apple, que permitem à empresa de Steve Jobs obter máximo retorno em seus lançamentos. Um deles é estabelecer um preço de referência alto, que faz com que posteriores reduções sejam interpretados como um ótimo negócio, e sustentá-lo com uma relação oferta-demanda muito estreita. "A Apple lançou esse jogo quando apresentou produtos como o iPhone a preços artificialmente altos – ele custava US$ 599 quando chegou às ruas pela primeira vez –, para depois baixá-los rapidamente. Hoje, um iPhone de US$ 199 parece um roubo. A Apple está, em essência, usan­­do seu preço inicial como uma referência para fazer seus produtos parecerem mais baratos", diz o autor, Ben Kunz, citando especialistas em economia comportamental.

Com ou sem estratégias, o iPhone tem fãs, e são muitos. Caso de André Ricardo Sluzala, que chegou ao ParkShopping Barigui às 15 horas de quinta-feira. Seu plano era, junto com o filho Victor, de 11 anos, garantir o primeiro lugar na fila para adquirir o aparelho na loja da TIM – o detalhe é que as vendas só estariam liberadas depois da meia-noite, o que implicaria em nove horas de espera. "Fui almoçar e fiquei por lá", conta. Sluzala, que é moderador de uma comunidade sobre iPhones no Orkut, já tem outros dois do gênero: um 3GS, que está nas mãos de Victor desde que o pai tomou posse do novo modelo, e um 2G. "Este eu não vendo nem dou, vai ficar guardado", conta.

Depois da compra, baixou imediatamente dois aplicativos: o Sha­­zam, que reconhece e identifica músicas tocadas no ambiente, e – nas suas próprias palavras – "o primeiro jogo que eu encontrei". Já com o aparelho, ele saiu do shopping por volta da 1 hora, mas só foi dormir às 5 horas, depois de conhecer cada uma das funções do aparelho.

Sluzala é aficcionado da Apple, e tem também um macBook Air e dois iMacs. Essa, por sinal, é uma ca­­racterística comum aos compradores de iPhone. O primeiro cliente a comprar o aparelho da Vivo, o economista Flávio Tozin, também tem um MacBook e um iPhone 3G. "A Apple está sempre um degrau acima", observa. "Não consigo com­­parar o iPhone com outro aparelho."

Tozin, entretanto, não chegou à loja em busca do primeiro lugar da fila. "Eu sou daqueles que gostam de trocar de celular todo ano. Estava esperando pelo 4, mas não tinha ideia da repercussão que te­­ria ser o primeiro", conta. Ele foi chamado por ter feito cadastro antecipadamente na loja do Shop­­ping Mueller, on­­de foram feitas as vendas da madrugada.

A grande dú­­vi­­da dos usuários agora é em relação ao antennagate – a constatação dos usuários americanos de que a intensidade do sinal 3G diminuía quando o aparelho era se­­gurado com a mão esquerda. Isso ocor­­ria porque a mão atrapalhava a recepção da antena, a ponto de derrubar a conexão à internet. Até a sexta-feira, fóruns e sites especializados não registravam nenhuma queixa.

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