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Criada em 2004 pelo turco Orkut Buyuykotten, a rede social foi popular até 2011 | Reprodução.
Criada em 2004 pelo turco Orkut Buyuykotten, a rede social foi popular até 2011| Foto: Reprodução.

O Orkut, parte importante da história da internet brasileira, deixa de existir nesta terça (30). Às 10h30, o serviço dará lugar a um museu digital com os arquivos e discussões de todas as comunidades públicas - 51 milhões ao todo.

Batizado de Arquivo de Comunidades, o museu poderá ser acessado pelo mesmo endereço que abrigou a rede até hoje, orkut.com.

O acervo reunirá todas as mensagens trocadas dentro destes grupos desde quando o Orkut foi criado, há pouco mais de uma década. São 120 milhões de tópicos e mais de 1 bilhão de interações.

Como salvar seus dados

O fechamento da rede social não quer dizer que você, que já passou muito tempo no Orkut, irá perder todas as suas fotos postadas por lá, além dos depoimentos e scraps recebidos.

É possível salvar as informações do seu Orkut com o Google Takeout. O serviço permite salvar dados de qualquer conta ligada ao Google, como o Gmail ou o Drive.

Os dados são compilados em um arquivo ZIP com fotos, recados recebidos, atividades e depoimentos.

Para isso, entre na página www.google.com/settings/takeout, clique em "Escolher serviços" e selecione o Orkut. Clique em criar arquivo.

O download pode demorar alguns minutos. O arquivo será enviado ao seu e-mail.

Apesar do Orkut "fechar" nesta terça-feira, o procedimento para salvar os dados poderá ser feito até setembro de 2016.

Sucesso

Criada em 2004 pelo turco Orkut Buyuykotten, a rede social foi popular até 2011, quando foi superada pelo Facebook no Brasil, e passou ainda a ter um "rival dentro de casa": o Google+, introduzido pela empresa naquele ano para unir diversos serviços em um ambiente social.

Ainda assim, o Orkut tinha seu público cativo até os dias de hoje: em junho de 2014, 4 milhões de brasileiros usaram o site, segundo dados da ComScore.

Comunidades

As comunidades sempre despontaram como uma das principais atrações do Orkut. O interesse em comum por notícias bizarras era o que unia os 80 mil membros da "Anão vestido de palhaço mata 8", criada por Marcos Barbará.

"O Orkut era fantástico para conhecer pessoas, e as comunidades eram o auge disso. Qualquer bizarrice encontrava eco lá", diz ele, que lançou um livro com o título da comunidade reunindo histórias como "americano açoita namorada com atum" ou "Jesus aparece em banheiro e é vendido por US$ 2 mil".

As comunidades não eram só ambientes de discussões. Algumas delas eram apenas veículo para piadas. É o caso da "Indiretas Já!" e da "Não vi Beatles, mas vi Molejo", criadas pelo publicitário Bruno Predolin, dono de 715 comunidades.

"A maioria das minhas comunidades eram como figurinhas, todas levadas para o humor. Mas era parte do Orkut: se você queria conhecer alguém, as comunidades serviam para mostrar quem a pessoa era", diz.

Para ele, o que vai deixar saudade é a comunidade Discografias, que reunia links para download de música de forma ilegal, deletada em 2012. "Conheci muita coisa de música brasileira ali", lembra. "O Orkut foi a iniciação digital de muita gente", diz o rapaz, que chegou a receber R$ 500 por mês do canal pago HBO para promover a emissora em seus grupos.

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