O momento mais aguardado da República dos últimos meses aconteceu nesta terça-feira, com o ex-presidente Jair Bolsonaro interrogado no Supremo Tribunal Federal. Acusado de comandar uma trama de golpe de Estado no país, Bolsonaro se viu frente a frente com o juiz Alexandre de Moraes, naquele que pode ser um ponto de inflexão no curso do processo.
O programa Última Análise da Gazeta do Povo vai debater os principais momentos do depoimento e analisar as possíveis consequências políticas e jurídicas do interrogatório.
Quem esperava um ex-presidente acuado se deparou com uma postura diferente. Embora um pouco mais pálido devido a problemas de saúde, Bolsonaro se mostrou relaxado, à vontade e até brincalhão com Alexandre de Moraes, a quem chamou de excelência e “convidou” para ser seu vice-presidente em 2026.
Bolsonaro desafia PF a encontrar responsáveis por tumultos
O ex-presidente negou a existência de qualquer "minuta do golpe" e desafiou a que alguém mostre esse documento assinado. Ele admitiu a existência de "ilações" e "conversas com vocabulário mais forte" durante reuniões, mas enfatizou que em momento algum ele ou os comandantes pensaram em fazer qualquer coisa "ao arrepio da Constituição".
Bolsonaro também procurou desfazer todas as tentativas de vincular seu nome aos vandalismos de 8 de janeiro. Disse que se houvesse intenção de golpe, não faria sentido a transmissão de cargos das Forças Armadas antes ainda de terminar seu mandato. Defendeu seu direito de questionar o sistema eleitoral, lembrando que o ministro do STF Flavio Dino, o ex-ministro Carlos Lupi e até Leonel Brizola já defenderam, no passado, o voto impresso. •
Sobre o risco de um golpe de Estado, o ex-presidente lançou um questionamento incisivo: se o risco era tão grande e iminente, por que o presidente Lula não desmobilizou as pessoas acampadas em Brasília?
Acompanhe o debate completo sobre o interrogatório de Jair Bolsonaro no Última Análise, no canal da Gazeta do Povo no YouTube.
