Você já ouviu falar de uma entrevista que tenha mudado o rumo da política brasileira? Mais do que isso, que tenha mudado a própria configuração cultural do Brasil? Pois no "Última Análise” desta sexta (30), Francisco Escorsim, Omar Godoy e Paulo Polzonoff Jr. revisitam um documento histórico e incendiário: a entrevista de Bruno Tolentino à revista Veja, publicada no longínquo 20 de março de 1996.
Antes de Bolsonaro e Olavo de Carvalho, nessa entrevista Tolentino escancarou as contradições da esquerda cultural, desafiou Caetano Veloso, atacou os poetas concretistas e declarou guerra à elite intelectual brasileira. E fez tudo isso com uma mistura de erudição, sarcasmo e agressividade que ainda hoje impressiona. Assim, o que era apenas uma entrevista se tornou, quase três décadas mais tarde, o marco inaugural da nova direita.
Mas por que um poeta, e não um político, foi o primeiro a levantar essa bandeira? O que Tolentino via que quase ninguém enxergava em 1996? E será que ainda levamos Caetano Veloso a sério demais? Essas e outras perguntas provocadoras são o ponto de partida para uma conversa imperdível sobre cultura, linguagem, guerra simbólica e o papel da arte no embate ideológico.



