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Última Análise

O vício mais aceito e mais perigoso é tema do “Última Análise”

O "Última Análise" desta sexta (3) coloca em foco um tema que afeta praticamente todos nós, mas que raramente é tratado com a profundidade necessária: o vício em telas. Celular, computador, televisão, streaming, redes sociais... A lista é infinita. E é justamente essa sensação de não conseguir escapar que torna o assunto urgente.

Ao longo de uma hora e meia, Paulo Polzonoff Jr. e Francisco Escorsim conversam a partir de uma constatação simples e perturbadora: as telas prometem companhia, mas entregam isolamento. Prometem liberdade, mas prendem. Prometem diversão, mas esvaziam. Assim, o programa propõe uma reflexão bem-humorada sobre os efeitos psicológicos, sociais e até espirituais desse vício coletivo.

Solidão e hiperconexão

Para iluminar a discussão, entra em cena a figura de David Foster Wallace. O escritor americano, autor de Graça Infinita, já nos anos 1990 falava sobre seu “vício em televisão”. Na época, a revelação foi recebida como uma decepção. Afinal, a cultura pop esperava histórias de vício em substâncias químicas, não em TV. Mas hoje a confissão soa quase profética. Wallace percebeu antes de todos nós que a tela era a droga do futuro.

O "Última Análise" também explora a relação entre solidão e hiperconexão. Nunca estivemos tão conectados e, ao mesmo tempo, tão solitários. As redes sociais oferecem a ilusão de proximidade, mas produzem isolamento e vazio. A busca incessante por curtidas e validação digital reforça a sensação de que, sem a tela, não somos ninguém.

Cultura digital

Além da solidão, o "Última Análise" fala das características perversas da cultura digital. O sarcasmo, por exemplo, virou sinônimo de inteligência, enquanto o cinismo se tornou a postura dominante diante do mundo. A consequência disso é um ambiente em que parecer estar “acima de tudo” importa mais do que se comprometer com algo real. Conversas profundas dão lugar a memes descartáveis e a pressa em não se deter mais de 30 segundos sobre nada nos torna cada vez mais superficiais.

O "Última Análise" mostra que o vício em telas não é apenas um problema individual, mas um fenômeno cultural com efeitos devastadores. A conversa mistura confissão pessoal, referências literárias, filosofia e crítica social. É um convite para que o espectador, diante de sua própria tela, se pergunte: será que eu ainda consigo viver sem ela?

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