
Londrina - A juíza Elizabeth Kather suspendeu, por volta das 11h30 de ontem, a primeira audiência do caso da estudante Amanda Rossi, assassinada há um ano e meio na casa de máquinas da Universidade do Norte do Paraná (Unopar), depois de ouvir quatro das 16 testemunhas de acusação. A alegação da juíza foi a falta de tempo para ouvir todas as 26 testemunhas, pois havia outras sessões no período da tarde no Tribunal do Júri. Os depoimentos serão retomados amanhã, às 8h30.
A sessão começou às 8h30, com a juíza ouvindo separadamente cada testemunha. Entre as pessoas que prestaram depoimento estava o perito criminal Luciano Bucharles, responsável pela perícia feita no local do crime. O conteúdos dos testemunhos não foi revelado. Também seriam ouvidos os três acusados de matar a estudante: Luiz Vieira Rocha, de 34 anos, Alan Henrique, 29, e Dayane de Azevedo, 24, presos desde o dia 22 de dezembro. Eles foram denunciados no dia 2 de fevereiro, depois que a Polícia Civil anunciou que havia concluído o inquérito.
A irmã do réu Luiz Vieira Rocha, Cássia Rocha, questiona os motivos de a polícia não prender a possível mandante. "Se você perguntar pelas ruas todos sabem quem mandou matar a estudante, mas fica mais bonito colocar meu irmão no banco dos réus", afirma. O pai do réu Alan Henrique, José Luiz Henrique, também acompanhou a audiência e questionou algumas peças do processo. Segundo ele, não há provas contra o filho. "Não foram recolhidas digitais do local do crime, por exemplo", comenta.
A mãe da estudante, Maria Francisca Rossi, ficou aproximadamente 15 minutos dentro da sala do Tribunal do Júri, mas preferiu sair do local. "Achei melhor não ficar, pois iria ouvir coisas muito duras para uma mãe", disse. No entanto, ela afirmou que acredita haver mais de um mandante.
"Estou tranquilo, pois na quarta-feira continua", diz o pai de Amanda, Luiz Carlos Rossi. "A minha expectativa é que isso acabe logo e os culpados sejam punidos."
Defesa
O advogado de Luiz Vieira Rocha, Adolfo Góis, informou que entrará com pedido de anulação da audiência por não ter sido notificado pessoalmente da sessão, como obriga a lei. Góis considerou a audiência é um "atropelo" da Justiça, pois o Ministério Público ofereceu denúncia contra os réus sem a conclusão do inquérito, uma vez que a Polícia Civil desmembrou as investigações para descobrir quem é o mandante. "Já ingressamos com pedido de habeas-corpus no Tribunal de Justiça do Paraná e pedido de arquivamento do processo", afirmou.
O delegado de Homicídios de Londrina, Ernandes Cezar Alves, confirmou que a polícia ainda investiga, sob segredo de Justiça, quem foi o mandante do crime.
Colaborou Glória Galembeck



