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LGBT

10.ª Parada da Diversidade ganha tom mais político

Evento deste ano reuniu 60 mil pessoas no último domingo (14). Passeata foi marcada por festa, mas também por reivindicações dos direitos homossexuais

Festa teve desabafo e defesa dos direitos LGBT em Curitiba | Lineu Filho/Gazeta do Povo
Festa teve desabafo e defesa dos direitos LGBT em Curitiba (Foto: Lineu Filho/Gazeta do Povo)

O clima da Parada da Diversidade de Curitiba LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgêneros) foi de festa, mas também de protesto ontem. Em sua 10.ª edição, o evento deste ano teve como tema "Por um Paraná sem homofobia, lesbofobia, transfobia, machismo e racismo" e contou com discursos inflamados a favor de leis que garantam os direitos dos homossexuais e contra o preconceito e a violência de gênero.

A concentração teve início às 11 horas, na Praça 19 de Dezembro (Homem Nu), e seguiu rumo à Praça Nossa Senhora da Salete, no Centro Cívico, por volta das 15 horas. O evento, organizado pela Associação Paranaense da Parada da Diversidade (Appad), foi até as 21 horas e teve a participação de cerca de 60 mil pessoas, conforme a entidade. Até o início da tarde, não houve qualquer caso de tumulto ou violência.

Com a presença maciça de jovens e adolescentes, a passeata teve uma atmosfera de tranquilidade e de celebração. Além de homossexuais e transgêneros, o evento contou com a presença de heterossexuais de todas as idades. O casal Hugo Cezar Cardoso, de 21 anos, e Jéssica Tadra, de 16, por exemplo, saíram de casa para aproveitar e apoiar o movimento. Para Cardoso, passeatas como esta são importantes para "mostrar que os gays são pessoas normais, como qualquer um."

Por outro lado, o cozinheiro Renato Guedes, de 25 anos, participa desde as primeiras edições do evento. Ele defende que a Parada da Diversidade seja, sim, uma festa, mas que não perca a sua característica política. "O evento é uma forma de criar uma consciência de que os homossexuais têm os seus direitos e que serve de uma forma de dizer à sociedade que eles existem e que devem ser felizes como eles são", avalia Guedes.

A transgênero Natallia Stronger, de 19 anos, concorda que a Parada retome a sua característica de protesto. "Ela precisa ser mais do que uma ‘balada’, mas uma manifestação de luta pelos nossos direitos."

Para o coordenador-geral da Appad, Thon Cris, a passeata deste ano buscou cobrar mais o Poder Público por políticas em favor dos homossexuais e transgêneros e pelo fim da homofobia e do preconceito. Na opinião dele, com o passar dos anos a Parada ganhou mais adesão da população curitibana e de outros movimentos, como o das feministas e dos negros, o que contribuiu para uma pauta coletiva.

A 10.ª Parada da Diversidade contou com 13 atrações, entre DJs, artistas locais e drag queens, com o apoio de entidades e sindicatos e com a distribuição de camisinhas e a divulgação de testes gratuitos para o HIV.

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