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pressão alta

23% dos brasileiros sofrem de hipertensão

Pesquisa do Ministério da Saúde revela que quadro da doença é estável no país, mas está mais presente entre a população com menos escolaridade

A hipertensão é constatada em pessoas cuja pressão arterial é igual ou superior a 14 por 9 | Arquivo/ Gazeta do Povo
A hipertensão é constatada em pessoas cuja pressão arterial é igual ou superior a 14 por 9 (Foto: Arquivo/ Gazeta do Povo)

Pesquisa divulgada ontem pelo Ministério da Saúde mostra que um a cada quatro brasileiros (23%) sofre de hipertensão – doença crônica que, se não tratada, pode levar ao derrame, insuficiência renal ou problemas cardiovasculares. O trabalho mostra que os índices estão estáveis no país, com pequenas variações para mais ou para menos com relação aos últimos cinco anos, mas nitidamente com ocorrência maior entre pessoas com menos escolaridade.O fosso fica evidente no grupo feminino: o índice da doença entre as menos escolarizadas é duas vezes e meio maior do que entre as mulheres que passaram mais tempo na escola. Entre aquelas com até oito anos de estudo, 34,8% dizem ter pressão alta. Entre as com 12 anos ou mais de escolaridade, 13,5% revelam ter a doença.

No grupo masculino, o fenômeno se repete. Entre aqueles que apresentam até oito anos de estudo, 30% dizem ser hipertensos. Já entre os que estudaram 12 anos ou mais, o porcentual é de 16,2%. A pesquisa, feita por telefone com 54.339 adultos das 26 capitais e do Distrito Federal, está na quarta edição. Em 2006, primeiro ano avaliado, a diferença entre grupos também existia, mas em menor proporção.

O ministro da Saúde, Ale­xandre Padilha, atribui a diferença entre os grupos ao acesso à informação. "Engana-se quem acredita que hipertensão é doença de rico", afirmou. Diante dos números, ele diz ser necessário reforçar as medidas preventivas, como orientações mais enfáticas sobre dietas mais equilibradas e o incentivo à prática de exercícios físicos.

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A pessoa é considerada hipertensa quando a pressão arterial é igual ou superior a 14 por 9. A doença é causada pelo aumento na contração das paredes das artérias para fazer o sangue circular pelo corpo. Esse movimento sobrecarrega órgãos como o coração, os rins e o cérebro. O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece gratuitamente os medicamentos necessários para o controle da hipertensão arterial.

A pesquisa mostra que o menor índice de hipertensão está em Palmas (TO), onde 13,8% da população se diz hipertensa. O maior porcentual foi registrado no Rio de Janeiro (29,2%), seguido por Belo Horizonte (25,1%) e Recife (23,6%). Para o ministério, a diferença entre os estados está ligada principalmente à idade da população. Onde há mais pessoas com idade acima de 60 anos, maior o indicador. "No Rio, há maior concentração de pessoas com idade mais elevada, sobretudo entre o grupo feminino", afirmou o ministro.

Idade e sexo

Os números gerais também mostram essa diferença. A doença atinge 8% da população com idade entre 18 e 24 anos ouvida na pesquisa. Entre aqueles com 55 anos ou mais, 50% apresentam o problema. As diferenças são notadas ainda entre o grupo masculino e o feminino. O índice de hipertensão é maior entre mulheres (34,8%) do que em homens (20,7%). Para Otaliba Libânio, diretor do Departamento de Análise de Situação de Saúde do ministério, a diferença nos porcentuais não é provocada por maior risco de mulheres de desenvolver a doença, mas pelo melhor diagnóstico. "Mulheres vão mais ao médico", disse.

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