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Violência

32 mortes e caos no IML

Fila no IML, pilhas de boletins de ocorrência e tiroteios: violência marca este sábado e domingo

Jovem mostra sinais de agressão na porta do IML: sem atendimento | Antonio Costa/Gazeta do Povo
Jovem mostra sinais de agressão na porta do IML: sem atendimento (Foto: Antonio Costa/Gazeta do Povo)
Veja que o balanço do IML mostra origem das mortes no fim de semana mais violento do ano |

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Veja que o balanço do IML mostra origem das mortes no fim de semana mais violento do ano

A fila no Instituto Médico Legal (IML) ontem não deixa mentir: o fim de semana foi atípico em relação aos casos de mortes violentas em Curitiba e região metropolitana. Por arma de fogo, arma branca (faca), acidente de trânsito e espancamento morreram 32 pessoas entre a meia-noite de sexta-feira e ontem até as 17h30. Somente no domingo, morreram violentamente 13 pessoas. O camburão do IML chegou a fazer pilhas de corpos, segundo testemunhas que relatam ter visto mais de dez corpos sendo transportados de uma única vez.

Na sala de espera do instituto, muito cansaço: os familiares chegaram a se amontoar para conseguir atendimento. Algumas pessoas ouvidas pela reportagem disseram ter chegado às 6 horas da manhã e ainda durante a tarde de ontem esperavam o final da necropsia. Durante todo o domingo, passaram pelo IML mais de 30 famílias para resgatar o corpo de uma das 41 vítimas do fim de semana – os outros nove casos se referem à morte natural, afogamento, queda e queimadura. Médicos legistas tiveram de dobrar o horário para dar conta da demanda.

Os casos mais graves aconteceram por acerto de contas, dívidas com drogas e brigas entre grupos rivais de bairros da cidade, segundo informações da Polícia Militar. Com tantas mortes, ficou impossível para a reportagem conversar com todos os familiares para saber o que aconteceu. No bairro Cajuru, por exemplo, duas mortes foram por causa de brigas entre os grupos rivais da Vila Menino Jesus e Rua da Cafi. Ontem, no horário do almoço, Willian da Silva Ferreira, 21 anos, foi morto com tiros após fugir do grupo rival da vila onde ele morava. Ele vivia na Menino Jesus e, segundo parentes, foi morto pelo grupo da Rua da Cafi. "No sábado morreu um. Aí eles querem vingar a morte e acabam matando o primeiro que aparece da vila rival", conta um dos familiares de Willian, que prefere não se identificar.

Na Cidade Industrial de Curitiba (CIC), durante a madrugada de ontem, em uma festa, Edeniel de Lima Belém saiu para ir ao banheiro quando começou a ser perseguido e foi morto nos fundos de uma casa. No Tatuquara foram encontrados dois corpos, em lugares distintos, de pessoas mortas por arma de fogo: a polícia acredita que ambos estão envolvidos em um mesmo crime.

No sábado, também no Cajuru, um carro e uma moto passaram atirando por volta das 19h35 em direção a uma casa: três pessoas ficaram feridas e duas morreram. No bairro Caximba, José Adílson Ferreira da Costa e José Antonio Ferreira de Lara foram encontrados mortos na frente de casa – os familiares estavam no IML, mas não quiseram comentar o caso. Houve ainda uma mulher que foi morta a facadas pelo marido e um homem que foi espancado por causa de uma dívida e morreu na madrugada de domingo no Hospital Cajuru.

Com tantas vítimas, na Delegacia de Homicídios os boletins de ocorrência já formavam uma pequena pilha. Nos hospitais, alguns corpos demoraram para ser liberados pela quantidade de mortes. Ainda para complicar, durante a tarde de domingo, a Polícia Militar e a Civil receberam a notícia de que aconteciam na cidade três tiroteios: um na Vila das Torres, um nas proximidades do 13º Distrito Policial (Tatuquara) e outro na Marechal Floriano Peixoto, na altura da Vila Hauer, onde foram feitas duas vitímas por arma de fogo em uma lan house - elas foram encaminhadas ao hospital com vida.

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