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Maringá é a cidade que ocupa o primeiro lugar no ranking do IFDM no Paraná | Daniel Castellano/Arquivo/ Gazeta do Povo
Maringá é a cidade que ocupa o primeiro lugar no ranking do IFDM no Paraná| Foto: Daniel Castellano/Arquivo/ Gazeta do Povo

As cidades paranaenses estão em uma situação privilegiada em relação aos demais municípios brasileiros, de acordo com o Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM), que avalia saúde, educação e emprego e renda. Dos 399 municípios do estado, 383 possuem o IFDM moderado (entre 0,6 e 0,8) ou alto (entre 0,8 e 1,0), o que corresponde a 96%. Esse resultado só foi possível porque 66,4% das cidades registraram avanços na comparação entre 2012 e 2013. No Brasil, a média de cidades com esse nível de desenvolvimento é de 68,1%.

INFOGRÁFICO: Confira o desempenho da sua cidade no IFDM

O economista Jonathas Goulart, da equipe técnica que elaborou o índice, ressalta que o melhor desempenho do estado é em saúde, vertente em que 244 municípios possuem alto desenvolvimento. Duas cidades paranaenses – Novo Itacolomi (0,9861), no Norte, e Paula Freitas (0,9827), no Sudeste – figuram entre as dez melhores cidades do Brasil neste quesito.

O que é?

• O Índice FIRJAN de Desenvolvimento Municipal (IFDM) foi criado em 2008 para monitorar o desenvolvimento socioeconômico dos municípios brasileiros e analisa três vertentes fundamentais ao desenvolvimento humano: Educação, Saúde e Emprego & Renda. Veja o que é analisado em cada vertente:

• Emprego & Renda: Geração de emprego formal, absorção da mão de obra local, geração de renda formal, salários médios do emprego formal e desigualdade

• Educação: matrículas na educação infantil, e no ensino fundamental o abandono, distorção idade-série, docentes com ensino superior, média de horas aula diárias e resultado do IDEB

• Saúde: número de consultas pré-natal, óbitos por causas mal-definidas, óbitos infantis por causas evitáveis e internação sensível à atenção básica (ISAB)

A vertente educação também impulsionou o bom desempenho do estado, pois foi a área em que mais cidades evoluíram. De acordo com o IFDM, 77,9% dos municípios avançaram no setor, sendo que 161 cidades apresentam alto desenvolvimento.

No estado, assim como em todo o país, os tropeços vieram na vertente de emprego e renda. Além de ser a área em que menos municípios apresentaram evolução, 42,9% registraram queda no indicador e 17 cidades possuem baixo desenvolvimento.

Melhores x piores

Para entrar no seleto ranking das dez cidades com melhor desempenho no IFDM no Paraná, os municípios alcançaram alto desenvolvimento nas três vertentes. A liderança ficou com Maringá, no Noroeste do estado, que cresceu 1,3% e atingiu o índice de 0,8740 (22º posição no ranking nacional). A cidade subiu duas posições, ultrapassando Apucarana (2º) e Cianorte (3º), no Norte do estado. As duas cidades caíram no ranking porque viram seus indicadores de emprego e renda diminuir. Completam a lista Campo Mourão (4º), Paranavaí (5º), Curitiba (6º), Pato Branco (7º), Medianeira (8º), Francisco Beltrão (9º) e Toledo (10º). Entre elas, a maior escalada foi de Medianeira, no Oeste, saltou 12 posições em relação ao desempenho de 2012 graças a vertente de emprego e renda.

Na ponta de baixo da tabela, entre os piores indicadores do estado, quatro cidades mostram como é difícil evoluir: Piraquara (395º), Cândido de Abreu (397º), Curiúva (398º) e Doutor Ulysses (399º) permaneceram na rabeira por dois anos consecutivos. Embora tenham um índice inferior em comparação ao restante do estado, as cidades evoluíram. Doutor Ulysses, por exemplo, viu seu índice crescer 17,1%, com melhorias nas três vertentes. Mesmo assim, os avanços não foram suficientes para que a cidade deixasse a lanterna da lista, que ocupa desde 2011.

Com economia em crise, é preciso cuidar para não regredir em indicadores

Desde que a Firjan começou a analisar indicadores de desenvolvimento socioeconômico, o Brasil esteve em ascensão. De 2005 a 2013, período que compreende a série histórica do IFDM, a economia brasileira passou por um momento de crescimento, que impulsionou o desenvolvimento em outras áreas. O problema é que já se pode notar uma estagnação dessa economia em 2013, com a queda acentuada na vertente emprego e renda. Com a economia bamba, as áreas de saúde e educação podem ser afetadas na esteira.

“Essa desaceleração econômica se reflete em menos recursos para os municípios, tanto em receita própria quanto em transferências do governo federal”, pondera o economista da Firjan Jonathas Goulart. A projeção da Firjan aponta para anos ainda mais difíceis na economia. Para os indicadores de 2014, a federação estima que o nível econômico equivalha ao de 2007. Já para os de 2015, a projeção mostra que o patamar seja inferior ao de 2005. “O que fica em xeque é a evolução, já que regredir nas outras vertentes causaria danos permanentes. Mas economicamente não é tão simples de se reverter a situação.”

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